Governo iraniano mantém tom duro contra manifestantes e reconhece 60 mortos

Governo iraniano mantém tom duro contra manifestantes e reconhece 60 mortos

Protestos eclodiram após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos

AFP

Ativista Forouzan Farahani raspa a cabeça em protesto pela morte de Mahsa Amini no Irã

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O poder no Irã se manteve firme diante dos manifestantes que protestam contra a morte de uma jovem detida pela polícia da moralidade, apesar dos apelos da comunidade internacional para pôr fim à repressão que deixou dezenas de mortos em 11 dias.

De acordo com o balanço divulgado nesta terça-feira (27) pela agência de notícias iraniana Fars, "cerca de 60 pessoas morreram" desde o início das manifestações em 16 de setembro.

Citada pela agência oficial Irna, a polícia informou a morte de dez policiais, mas não ficou claro se eles estão entre os 60 mortos.

Na segunda-feira à noite, a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, mencionou "pelo menos 76 mortes", incluindo "seis mulheres e quatro crianças". A ONG disse ter obtido "vídeos e certidões de óbito, confirmando os disparos com munição real contra os manifestantes". Para os líderes iranianos, os manifestantes são "agitadores".

Nos últimos dias, o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, pediu às forças da ordem que ajam "com firmeza contra aqueles que atentam contra a segurança do país e do povo". Na mesma linha, o ministro da Justiça, Gholamhossein Mohseni Ejei, descartou qualquer "indulgência" contra os instigadores dos "distúrbios".

Os protestos, que acontecem todas as noites desde 16 de setembro, eclodiram após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, detida três dias antes em Teerã por não respeitar o rígido código de vestimenta das mulheres.

Em Sanandaj, capital da província do Curdistão (noroeste), de onde Mahsa Amini era natural, as mulheres subiram no teto dos carros e tiraram os véus, segundo imagens publicadas pela IHR.


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