Grécia acredita em acordo mas clima de desconfiança prejudica negociações
Alemanha propôs em documento uma saída provisória do país da zona do euro durante cinco anos
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"Estou aqui para alcançar o compromisso honesto que devemos ao povo da Europa", afirmou Tsipras ao chegar para uma reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo da zona do euro em Bruxelas. "Podemos alcançar um acordo esta noite se todas as partes desejarem", insistiu.
Ao mesmo tempo, a França destacou que fará "todo o possível" para obter um acordo sobre a Grécia neste domingo, afirmou o presidente François Hollande ao chegar em Bruxelas. "A França fará todo o possível para alcançar um acordo que permita à Grécia permanecer na zona do euro", afirmou o presidente, que descarta a proposta alemã de 'Grexit' provisório. "Não há 'Grexit', provisório ou não", disse Hollande, antes de afirmar que a "Grécia tem feito muitos esforços, reformas que são necessárias".
A Alemanha propôs em um documento uma saída provisória da Grécia do euro durante cinco anos para que reestruture sua dívida. A chanceler alemã, Angela Merkel, destacou que não existirá um acordo "a qualquer preço" com a Grécia. "Não acontecerá um acordo a qualquer preço", disse, ao citar como razão a perda "da moeda mais importante: a confiança e confiabilidade".
"Teremos negociações difíceis", completou, antes de explicar que ainda não existe um memorando consensual entre os ministros das Finanças da Eurozona que possa servir como base das negociações. "O Eurogrupo trabalha em um documento com palavras entre parênteses", disse uma fonte. O texto deverá ser finalizado pelos líderes da zona do euro.
O documento, que ainda está sendo negociado, incluiria a proposta alemã de criar um fundo fiduciário ao qual a Grécia teria que transferir ativos avaliados em 50 bilhões de euros, afirmou uma diplomata europeu. Os 19 chefes de Estado e de Governo "vão preencher os espaços em branco", disse a fonte.
Uma primeira versão da lista incluía a ideia alemã de uma saída provisória da Grécia do euro durante cinco anos para reestruturar a dívida, segundo outra fonte diplomática. Mas a opção foi retirada do texto.