Gravidez em zoo da Califórnia pode salvar subespécie de rinoceronte
Fêmea foi inseminada artificialmente e deve dar a luz em 2019, em verão boreal
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"Apenas dois rinocerontes brancos do norte existem na Terra (duas fêmeas)", destaca o zoológico. Barbara Durrant, diretora do instituto de ciências reprodutivas, esclareceu que ainda é cedo para saber se a gestação produzirá um rinoceronte saudável. A inseminação artificial de rinocerontes não é um procedimento recorrente nos zoológicos. De fato, só há relatos de dois nascimentos por este método no passado.
Em 10 a 15 anos
Antes de se obter o nascimento de um rinoceronte branco do norte, deverão ser dados muitos passos, como decifrar seu genoma, para determinar a divergência genética com a subespécie mais próxima: o rinoceronte branco do sul. Também é preciso criar, a partir de células conservadas de 12 rinocerontes do norte, uma célula mãe capaz de ser convertida em esperma e óvulos. "Há muitos desafios pela frente, mas os pesquisadores estão otimistas de que a cria do rinoceronte branco do norte poderá nascer por este procedimento nos próximos 10 a 15 anos", assinalou o instituto. "Este trabalho poderá ser aplicado a outras espécies de rinocerontes, como os de Sumatra e de Java, que estão em risco".
Sudan, o último rinoceronte branco do norte macho, morreu no Quênia em março passado, após sofrer uma série de infecções, deixando apenas duas fêmeas desta subespécie vivas. Devido à demanda por seus chifres pela medicina tradicional chinesa, os rinocerontes foram alvo de caça ilegal desenfreada nos anos 70 e 80, o que aniquilou a população de rinocerontes brancos do norte em Uganda, República Centro-Africana, Sudão e Chad. Uma população selvagem de entre 20 e 30 rinocerontes brancos do norte na República Democrática do Congo desapareceu durante a guerra civil no país, na década de 90, e em 2008 o rinoceronte branco do norte foi considerado extinto na natureza.