Grupo Estado Islâmico reivindica atentado que deixou 84 mortos no Irã

Grupo Estado Islâmico reivindica atentado que deixou 84 mortos no Irã

Dupla explosão ocorreu próximo ao túmulo de general assassinado em 2020

AFP

Organização informou que dois membros "ativaram seu cinturão de explosivos”

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O grupo Estado Islâmico (EI) assumiu, nesta quinta-feira (4), a autoria do ataque cometido ontem e que deixou 84 mortos no Irã, perto do túmulo do general Qassem Soleimani, em meio às homenagens pelo quarto aniversário de sua morte.

A organização jihadista assegurou em seus canais no Telegram que dois de seus membros "ativaram seu cinturão de explosivos" em meio a "uma grande multidão de apóstatas, perto do túmulo de seu líder, Qasem Soleimani, ontem em Kerman, no sul do Irã".

A agência estatal Irna, a partir de "uma fonte informada", já havia indicado que a primeira explosão foi provocada por um suicida, cujo corpo foi encontrado em pedaços.

A segunda explosão está sendo investigada, mas provavelmente também ocorreu devido a um ataque suicida, segundo a Irna.

Após ter dito que houve 95 mortos e 181 feridos, Teerã rebaixou o balanço de vítimas mortais.

"Segundo as últimas estatísticas, 84 pessoas morreram", anunciou o chefe do serviço de emergência do país, Jafar Miadfar, na televisão estatal.

O atentado deixou "284 feridos", dos quais "195 seguem hospitalizados", acrescentou Miadfar.

O atentado - duas explosões em um intervalo de 15 minutos - ocorreu perto da mesquita de Saheb al Zaman em Kerman (sul), onde fica o túmulo do general Qasem Soleimani, encarregado pelas operações militares iranianas no Oriente Médio, assassinado pelos Estados Unidos no Iraque em 3 de janeiro de 2020.

As bombas explodiram quando uma multidão celebrava o quarto aniversário de sua morte.

O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, alertou, no entanto, que o balanço ainda poderia aumentar, já que alguns feridos se encontram em "estado crítico".

O ataque ocorreu em plena tensão no Oriente Médio e um dia depois que o número dois do movimento islamista palestino Hamas, Saleh Al Aruri, aliado do Irã, morreu em um ataque em Beirute, que as autoridades libanesas atribuíram a Israel.

Ainda nesta quinta, Teerã decretou um "dia de luto nacional", após o atentado mais sangrento do país desde 1978, quando um incêndio criminoso causou pelo menos 377 mortos em um cinema em Abadan (sudoeste), segundo os arquivos da AFP.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma "resposta dura" e outros dirigentes iranianos acusaram Israel e Estados Unidos.

Israel, arqui-inimigo do Irã, não se pronunciou sobre o atentado e afirmou "estar concentrado nos combates" em Gaza.

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