Haiti decreta três dias de luto pelos mortos do furacão Matthew

Haiti decreta três dias de luto pelos mortos do furacão Matthew

Fenômeno atingiu o solo do país caribenho com ventos de 230 km/h

AFP

Haiti decreta três dias de luto pelos mortos do furacão Matthew

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O Haiti iniciou neste domingo três dias de luto pelas centenas de mortos do furacão Matthew, enquanto o
empobrecido país caribenho enfrentava a devastação.

Matthew, no entanto, perdeu a categoria de furacão e passou a ser um "ciclone pós-tropical" depois de atingir a costa sudeste dos Estados Unidos, deixando 17 mortos.

Às 15h00 GMT (12h00 de Brasília), Matthew apresentava ventos de 120 km/h enquanto se afastava da costa da Carolina do Norte, mas ainda provocava grandes inundações, quedas de árvores e interrupção do fornecimento de energia elétrica.

No entanto, a atenção se concentra no Haiti, o país mais pobre das Américas, que ainda não se recuperou do devastador terremoto de 2010 e que sofre uma epidemia de cólera.

Matthew tocou terra haitiana na terça-feira como um monstruoso furacão de categoria 4 em uma escala de 5, com ventos de 230 km/h.

O sul, a zona afetada, tem uma população de 1,3 milhão de habitantes, com uma taxa de pobreza de entre 60% e 70%.
"Não estamos distantes de contar com um milhão de pessoas em necessidade urgente de ajuda humanitária", disse Mourad Wahba, coordenador da ONU para a ajuda.

Imagens aéreas das zonas do sul do país mais afetadas mostravam uma paisagem devastadora, com casas destruídas, árvores arrancadas e muita lama por toda parte.

O presidente interino do Haiti, Jocelerme Privert, declarou três dias de luto nacional a partir deste domingo diante dos estragos provocados pelo ciclone.

Em Jérémie, a situação era desesperadora, enquanto na baía de Abricots, a 17 km de Jérémie, os habitantes só têm alimentos para 10 ou 15 dias, disse David Millet, que trabalhou durante anos para a ONG Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras.

Em certas zonas do território, até 80% dos cultivos foram arrasados, e espera-se que as pessoas abandonem as zonas rurais em direção às cidades, piorando a situação nos bairros marginais de cidades como Porto Príncipe.

Diante desse panorama, Wahba disse que a ajuda não precisa chegar apenas às cidades, mas também às zonas rurais para que as pessoas permaneçam ali.

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