Hong Kong faz mutirão para limpar ruas após passagem do supertufão Mangkhut
Cerca de 300 pessoas ficaram feridas
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A população local critica Carrie Lam, chefe de governo dessa ex-colônia britânica, por não ter decretado feriado. Lam disse à imprensa que essa decisão deveria ser tomada pelos empregadores, mas que os patrões não deveriam punir os funcionários por atraso, ou mesmo se não conseguirem chegar ao trabalho. A foto de uma multidão amontoada na estação de metrô Tai Wai, acompanhada da hashtag #thankscarrie, viralizou nas redes sociais. "Havia árvore caída para todo o lado. Não há carros, nem ônibus", disse David Milligan, um advogado que trabalha na Central, o bairro de negócios que fica no coração de Hong Kong. "Coloquei tênis, porque sabia que teria que pular obstáculos", disse à AFP.
O tufão Mangkhut deixou dezenas de mortos nas Filipinas. Em Hong Kong, cerca de 300 pessoas ficaram feridas, mas não há registro de óbitos. Muitos funcionários tiraram fotos dos arranha-céus com as janelas quebradas.
Inundações
O barulho de motosserras podia ser ouvido por toda Hong Kong. Os trabalhadores agora limpam as ruas e reparam os danos nos prédios. Muitas janelas quebraram por conta do vento, e telhados e outdoors voaram pelos ares. As zonas costeiras estavam repletas de todo o tipo de escombro e rochas levados por ondas gigantescas. Em Tseung Kwan O, um bairro da parte continental de Hong Kong com muitos arranha-céus, os moradores contaram o medo que sentiram durante a tormenta. "Senti como se o prédio estivesse balançando. Nossa família queria ir para o térreo, mas os elevadores não funcionavam", relatou Fu, uma mulher de 62 anos.
Em Lei Ye Mun, uma localidade à beira-mar conhecida por seus restaurantes, os habitantes tentavam abrir caminho, em meio às pedras, vidros e galhos de árvores. Dessa localidade, veem-se os arranha-céus de Hong Kong. As casas são pequenas e se chega a elas por ruas muito estreitas. Foram inundadas pelas ondas. Muitos retiravam a lama de casa nesta segunda-feira.
Anthony Wallace / AFP
Móveis e eletrodomésticos foram destruídos em várias casas, como na de Cheng. Cheng disse à AFP que levou meses para reconstruir sua casa, após a passagem do tufão Hato no ano passado. "Vou me ocupar disso com calma", afirmou, acrescentando que preferia viver em um arranha-céu, mas que o tempo de espera para conseguir uma moradia social é muito longo. Alguns habitantes foram embora antes da chegada do tufão, mas outros preferiram ficar. "Tínhamos acabado de terminar a reconstrução da nossa casa", conta Ng, que construiu sua própria proteção com sacos de areia e placas de madeira.