Horror na capital de Burundi com dezenas de corpos espalhados pelas ruas

Horror na capital de Burundi com dezenas de corpos espalhados pelas ruas

Mais de 40 pessoas foram assassinadas

AFP

Segundo fonte policial, vítimas eram insurgentes

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Os habitantes de Bujumbura, capital de Burundi, ficaram horrorizados com a descoberta neste sábado de dezenas de cadáveres espalhados pelas ruas dos bairros contrários ao terceiro mandato do presidente, enquanto que, do outro
lado da cidade, partidários do regime comemoravam o massacre.

Foram encontrados os corpos de ao menos quarenta jovens, segundo informaram testemunhas. Algumas fontes falam que o número de mortos é muito maior. Em vários bairros, os moradores acusavam a polícia de ter prendido na sexta-feira todos os jovens encontrados hoje e de tê-los executado deliberadamente, várias horas após um ataque na noite de quinta-feira por insurgentes de três acampamentos militares na capital do Burundi.

Uma fonte policial, que pediu anonimato, assegurou que as vítimas eram insurgentes que dispararam contra a polícia e o exército, que responderam para se defender. E acrescentou que o balanço de mortos é muito superior a 40 pessoas.

"Há dezenas de corpos em outros bairros dissidentes, como Mutakura e Cibitoke (norte de la capital), mas as autoridades estão sumindo com eles", segundo um diplomata europeu, que também não quis se identificar. A Cruz Vermelha não recebeu autorização para se dirigir aos locais.

Enquanto os bairros dissidentes choravam os mortos, milhares de simpatizantes do regime celebravam "a vitória dos corajosos soldados e policiais contra o inimigo", durante uma "passeata pela paz" promovida pelo ministério do Interior.

No Twitter, partidários do presidente Pierre Nkurunziza afirmaram que "os terroristas foram tratados como tais". Os recentes enfrentamentos no Burundi foram abordados na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU a pedido da França.

A ONU condenou os ataques de sexta que deixaram 12 rebeldes mortos em campos militares na região de Bujumbura, na ação até então mais violenta desde a tentativa de golpe de maio passado. Burundi está mergulhado numa grave crise desde o anúncio, em abril, da candidatura do presidente Nkurunziza a um terceiro mandato, considerada por parte da população algo contrário à Constituição e ao Acordo de Arusha que pôs fim à guerra civil  (1993-2006).

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