“Horror”, “surreal” e “macabro”: imprensa internacional repercute caso de brasileira que levou cadáver ao banco
Mulher tentou sacar um empréstimo no banco acompanhada de um homem morto
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O caso de uma mulher que levou um homem morto ao banco para sacar um empréstimo viralizou na internet e foi repercutido em diversos jornais pelo mundo, como Clarín e The Guardian.
Sob o título de “Brasileira é presa após levar cadáver para assinar empréstimo bancário: ‘Ela sabia que ele estava morto’”, jornal britânico The Guardian citou o episódio como “surreal” e “macabro”.
Já o jornal de maior circulação na Argentina, o Clarín, já abre o título da notícia com “horror”. A matéria acompanha o vídeo que mostra o momento em que a sobrinha tenta uma interação com o tio, já com aparência letárgica, para assinar os documentos.
Entenda o caso
Uma mulher foi presa nesta terça-feira, 16, em Bangu, no Rio, após levar até uma agência bancária um homem de 68 anos, em uma cadeira de rodas, para tentar sacar um empréstimo em nome dele. Enquanto eles eram atendidos, porém, foi constatado que o homem estava morto. 'Assina para não me dar mais dor de cabeça', pedia a mulher ao homem, como se ele estivesse vivo.
Funcionários da agência, que fica dentro de um centro comercial de Bangu, chamaram a polícia, que encaminhou Érika de Souza Vieira Nunes à 34.ª DP (Bangu), onde ela foi autuada em flagrante por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.
O cadáver, identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, era cliente da agência e havia um empréstimo pré-aprovado de R$ 17 mil em seu nome. Érika dizia ser sobrinha de Braga.
Um vídeo gravado por funcionários da agência mostra a mulher segurando a cabeça do homem para que não caísse, e pedindo ao cadáver para assinar um documento: 'Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor. O que eu posso fazer, eu faço', diz a mulher, que em seguida pergunta à atendente do banco: 'Ele não segurou a porta ali agora?' A funcionária responde que não viu. Outra funcionária comenta sobre a palidez do homem, dizendo: 'Ele não está bem, não. A corzinha não está ficando...' A suposta sobrinha interrompe: 'Mas ele é assim mesmo'.
Os funcionários chamaram então o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou que o homem estava morto havia pelo menos algumas horas. A polícia foi, então, chamada e conduziu Érika à delegacia.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo do homem foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML), onde as causas da morte são apuradas. Segundo a polícia, Érika alegou em depoimento que o idoso usaria os R$ 17 mil para reformar a própria casa e comprar uma TV. O empréstimo teria sido pré-aprovado semanas antes.
A polícia acredita que o homem já estava morto quando chegou ao local. Já a defesa de Érika afirma que o idoso estava vivo quando eles chegaram à agência bancária. De acordo com a advogada Ana Carla Correa, que representa Érika no caso, a mulher foi transferida da delegacia para a Casa de Custódia de Benfica, onde aguarda audiência que deve acontecer nesta quinta-feira. A defesa não se manifestou, no entanto, sobre as cenas gravadas por funcionários do banco e disse aguardar resultados de exames de necropsia que ainda não foram concluídos.