Hospital afegão foi bombardeado por erro, diz comandante dos EUA

Hospital afegão foi bombardeado por erro, diz comandante dos EUA

General considera necessário mais tropas no Afeganistão em 2016

AFP

Hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras foi bombardeado por tropas norte-americanas

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O recente bombardeio norte-americano sobre um hospital da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, que matou 22 pessoas, foi um erro, disse nesta terça-feira o principal comandante americano no Afeganistão. A declaração foi dada pelo general John Campbell na comissão das forças armadas do Senado.

"Para ser claro, a decisão de realizar um ataque aéreo era americana, tomada pela rede de comando americana", esclareceu o general. "Nunca apontaríamos intencionalmente contra uma instalação médica protegida", acrescentou.

Campbell havia afirmado na segunda-feira em uma coletiva de imprensa que o ataque havia sido pedido pelas autoridades afegãs, provocando a fúria da organização Médicos Sem Fronteiras, que acusou os americanos de "tentarem passar a responsabilidade para o governo afegão"

Indignada pelo ataque aéreo que provocou a morte de 22 pessoas – 12 funcionários da organização e 10 pacientes –, a MSF decidiu na segunda-feira retirar seus funcionários de Kunduz. O hospital era o único que conseguia tratar os feridos graves na região. No momento do bombardeio, no sábado às 2h15min locais, mais de 100 pacientes e 89 membros membros da equipe, entre afegãos e estrangeiros, estavam no local.

Comandante considera necessário mais tropas

Campbell também se manifestou em favor de um fortalecimento do dispositivo militar norte-americano depois de 2016, que por enquanto prevê menos de mil agentes em Cabul. "Acredito que temos que fornecer opções distintas ao plano atual com o qual estamos trabalhando", que prevê que as tropas deixem o país quase completamente no final de 2016, declarou ante um comitê do Senado.

De acordo com os planos atuais, após 2016 "vamos ter capacidades muito limitadas" para a formação e apoio das tropas afegãs, disse ele. Mas estas continuam a precisar do apoio em áreas cruciais como logística, inteligência e apoio aéreo, acrescentou Campbell, que se recusou a detalhar as opções apresentadas para a Casa Branca.

Várias ofensivas recentes dos talibãs, como em Kunduz (norte) na semana passada, mostraram que as forças afegãs são incapazes de manter suas posições, apesar dos 60 bilhões de dólares investidos por Washington por 14 anos. Até agora, o governo do presidente Barack Obama planejava deixar no final de 2016, quando o atual mandato chega a seu final, uma força residual de apenas algumas centenas de soldados americanos na embaixada da capital afegã.


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