Ibama nega licença para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

Ibama nega licença para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

Presidente do órgão disse que há uma série de pendências na solicitação da empresa francesa

Agência Brasil

Ibama nega licença para exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

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O Ibama rejeitou a emissão de licença ambiental solicitada pela multinacional francesa do petróleo Total E&P, para perfuração e exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, região de extrema complexidade ambiental.

Após analisar parecer técnico do órgão federal sobre o pedido, a presidente do Ibama, Suely Araújo confirmou que há uma série de pendências na solicitação e que, por isso, não há condições de aprovar o requerimento.

Segundo o Ibama, a empresa deixou de apresentar dados detalhados de itens como medidas mitigadoras ou indicadores relacionados à interferência com mamíferos aquáticos e tartarugas, além de parâmetros que possam ser utilizados para o monitoramento do impacto.

Há pendências sobre a atuação da empresa em casos de vazamentos, além de falta de esclarecimentos sobre a modelagem de dispersão de óleo. "Esses pontos são considerados cruciais para subsidiar a decisão sobre a licença ambiental em tela. A modelagem de dispersão de óleo, por exemplo, não pode deixar qualquer dúvida sobre os possíveis impactos no banco de corais e na biodiversidade marinha de forma mais ampla", declara a presidente do Ibama, em seu despacho assinado nesta segunda-feira.

A avaliação é de que "a ausência dos elementos acima destacados constitui impeditivo para a emissão da licença" e que ainda é preciso resolver "a lacuna quanto às tratativas internacionais relacionadas aos potenciais riscos transfronteiriços no licenciamento da perfuração marítima e a interlocução com Guiana Francesa, Suriname, Guiana e Venezuela, além de alguns arquipélagos caribenhos".

O Ibama alerta ainda que, como já realizou três reiterações do pedido de complementação do estudo ambiental à empresa, caso as pendências continuem sem solução, o processo de licenciamento será arquivado.

Em maio, o Ministério Público Federal no Amapá (MPF/AP) recomendou ao Ibama que suspendesse os estudos para a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas até que fossem avaliados os impactos da atividade na barreira de corais existente na região.

Para o MPF/AP, a licença pedida pela Total E&P do Brasil não levou em consideração o importante ecossistema existente no recife de corais da foz do rio Amazonas. A exploração em área próxima, sem o estudo de impacto ambiental adequado, pode trazer prejuízos irreparáveis a este bioma único e pouco conhecido. A região tem sido tema de manifestações da organização ambiental Greenpeace.

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