Ilhas vulneráveis do Pacífico pedem ação climática urgente

Ilhas vulneráveis do Pacífico pedem ação climática urgente

Governantes alertaram que o tempo está acabando para evitar "os piores cenários", que deixariam seus países submersos ou inabitáveis por tempestades

AFP

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As ilhas vulneráveis do Pacífico exigiram nesta quinta-feira (14) uma ação mundial "urgente, imediata" contra a mudança climática, ao mesmo tempo que afirmaram seu compromisso com a democracia e com uma ordem internacional "baseada em regras". A declaração ocorre diante da crescente influência regional da China.

Em uma reunião de cúpula em Suva, capital de Fiji, os governantes das ilhas alertaram que o tempo está acabando para evitar "os piores cenários", que deixariam seus países submersos ou inabitáveis por tempestades cada vez mais intensas. "Estamos na vanguarda dos impactos adversos da mudança climática", advertiram em um documento estratégico divulgado após três dias de encontro. "São necessárias ações urgentes, robustas e transformadoras a nível global, regional e nacional", destacaram.

O Fórum das Ilhas dos Pacífico é o o primeiro que acontece de forma presencial desde o início da pandemia, mas o encontro expôs as divisões entre os governos e evidenciou uma batalha de influência entre Estados Unidos e China. Na véspera do início do evento, o governo de Kiribati, aliado da China, anunciou que não participaria e renunciou ao fórum regional.

A vasta região do Pacífico é formada por ilhas pouco habitadas que ficam ao longo de importantes rotas marítimas, o que as transformaram em uma zona de rivalidade geopolítica. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discursou ao fórum na quarta-feira por videoconferência para anunciar que Washington abrirá embaixadas em Tonga e Kiribati, assim como um investimento de 600 milhões de dólares na região.

Em meio ao aumento da influência chinesa na região, os governantes advertiram que "a paz e a segurança baseadas em regras enfrentam crescentes pressões e que a região do Pacífico não é imune" à questão. Também se comprometeram com os "princípios democráticos e os direitos humanos", contra o sistema autoritário de governo na China.

Durante o evento, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, afirmou que o país não abrigará uma base militar estrangeira, algo que segundo ele transformaria o arquipélago em alvo de "ataques militares". O país assinou recentemente um acordo de segurança com a China, mas os detalhes não foram revelados.

O pacto de segurança entre China e Ilhas Salomão provocou preocupação com a possibilidade de que Pequim tenha uma presença militar permanente no país, o que foi negado pelas duas nações. "Estabelecer uma base militar estrangeira nas Ilhas Salomão transformaria o país em um inimigo no Pacífico", declarou Sogavare.

Uma base "também tornaria nosso país e nosso povo em alvos de potenciais ataques militares. O governo das Ilhas Salomão nunca permitirá que nosso país e nosso povo sejam alvos militares", disse.


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