Inventor de submarino admite que esquartejou jornalista na Dinamarca
Peter Madsen sustentava versão de que Kim Wall havia morrido de forma acidental
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Até então, Madsen negava ter mutilado o corpo da vítima e assegurava que a jornalista morreu de forma acidental, após ser atingida na cabeça pela escotilha de acesso do submarino. Segundo a Polícia, o suspeito afirmou posteriormente que "Kim Wall morreu intoxicada por monóxido de carbono no submarino".
Kim Wall era uma jornalista freelancer que trabalhava entre Nova Iorque e a China. Ela embarcou em 10 de agosto no submarino "Nautilus", ao lado do próprio inventor Peter Madsen, para fazer uma reportagem. Seu namorado denunciou o desaparecimento em 11 de agosto. No mesmo dia, Madsen foi resgatado pelas autoridades dinamarquesas em Öresund, entre a costa da Dinamarca e da Suécia, antes do naufrágio do submarino. Ele foi detido e indiciado por assassinato e atentado à integridade de um cadáver.
Em 21 de agosto, o torso de Kim Wall, cujos membros foram "deliberadamente seccionados", segundo a necropsia, foi encontrado por uma pessoa que estava na baía de Køge, 11 dias após o desaparecimento da jornalista. Depois, em 7 de outubro, a cabeça e as pernas da jornalista foram encontradas por mergulhadores.
A Polícia acredita que o inventor tenha provocado o naufrágio do "Nautilus" de modo deliberado. A embarcação foi erguida à superfície e examinada pela perícia. A acusação alega que Madsen matou Kim Wall para satisfazer uma fantasia sexual, depois desmembrou e mutilou seu corpo. A necropsia do torso não estabeleceu as causas da morte, mas revelou mutilações múltiplas infligidas na genitália da vítima.
Filmes "fetichistas" em que mulheres "reais" eram torturadas, decapitadas e queimadas foram encontrados em um disco rígido em seu estúdio. Peter Madsen nega ser o dono do material. Ele assegura que não houve relações sexuais entre eles e que seus contatos foram puramente profissionais.
A repórter colaborou com os jornais The Guardian e The New York Times e era graduada pela Escola Superior de Jornalismo da Universidade de Columbia. O Nautilus foi inaugurado em 2008. Com 18 metros de extensão, era naquele momento o maior submarino privado do mundo.