Irã deve receber convite do Brics, e Amorim indica que escolha de países é prioritária

Irã deve receber convite do Brics, e Amorim indica que escolha de países é prioritária

Governo brasileiro afirma que não tem objeções a nomes estudados para integrar o bloco

AE

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O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira que os líderes do Brics devem confirmar logo mais convite a pelo menos cinco países para ingressar como membros plenos do bloco e que a decisão política dos governantes se sobrepõe a critérios discutidos entre diplomatas.

"Esse negócio de critérios, sabe, escolhe os países e depois você define os critérios", disse o ex-chanceler, mais influente conselheiro de Lula na política externa. O governo brasileiro havia pedido antes critérios para aprovar a expansão do Brics e queria explorar oportunidades para conseguir apoio chinês ao pedido para ter uma vaga no Conselho de Segurança das Nações Unidas. As negociações seguem em curso.

Entre os países que poderão aderir ao Brics está o Irã. Teerã iniciou uma campanha diplomática para ingressar no bloco e pediu inclusive o apoio do governo Lula. Embora o governo brasileiro negue ter feito uma lista própria com candidatos que apoia, também não veta nenhum dos nomes cotados.

Além do Irã, uma novidade nos últimos dias de negociação, que apareceu em listas sugeridas por Rússia e África do Sul, estão entre os cinco primeiros a Arábia Saudita, a Argentina, o Egito, os Emirados Árabes Unidos e a Indonésia.

Nas reuniões mais recentes, porém, os países foram informados de que a Indonésia poderia adiar o processo de adesão, por estar na presidência da ASEAN e ter outros compromissos diplomáticos na Ásia. Isso pode adiar a adesão de Jacarta ao Brics.

"O Brasil não tem problema com nenhum dos nomes colocados (para ingressar como membros dos Brics", afirmou o ex-chanceler. Amorim também indicou que o Brics poderá adotar categorias de países parceiros, em vez de membros, para contemplar os 23 pedidos de adesão.

"O Brasil favorece membros plenos, mas terá também parceiros porque tem 20 e tantos países pedindo e obviamente não é possível entrar todo mundo de uma vez", disse Amorim. "Não é um critério absoluto, mas é natural que se procure um certo equilíbrio geográfico, países que representem uma certa diversidade". 


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