Israel vive novo clima de tensão após confronto
Medidas de segurança impostas na Esplanada das Mesquitas não são aceitas por palestinos
publicidade
Os palestinos rejeitam os cercos de segurança porque interpretam a medida como um movimento de Israel para aumentar o seu controle no lugar. Como protesto, os muçulmanos se negaram a rezar no complexo, preferindo orar nas ruas próximas. As entradas da Esplanada estão sendo controladas por Israel, mas são administradas pela Jordânia. Os muçulmanos podem entrar a qualquer hora enquanto os judeus só têm acesso ao local em horários determinados e sem poder rezar. As autoridades israelenses garantem que não têm a intenção de modificar as normas vigentes na Esplanada que está no centro do conflito árabe-israelense há cinco décadas.
Desde a instalação dos detectores de metais, a violência entre os manifestantes e as forças israelenses têm sido diária. Em meio à tensão, o presidente palestino, Mahmud Abbas, anunciou o congelamento das relações com Israel. “Os israelenses serão os grandes perdedores, já que nós desempenhamos um papel importante para garantir nossa segurança e a deles. Se Israel deseja retomar a coordenação da segurança, deve revogar sua decisão”, alertou o dirigente palestino.
No Cairo, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, acusou Israel de estar “brincando com fogo” e disse que seu governo quer provocar uma “grave crise com o mundo árabe e muçulmano”. Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou que “ninguém pode esperar que o mundo muçulmano não reaja às restrições impostas” no santuário e “diante das ofensas contra a honra dos muçulmanos”. O papa Francisco também reagiu de Roma. “Acompanho com muita preocupação as graves tensões”, afirmou, fazendo um pedido de “moderação e diálogo”. O quarteto para o Oriente Médio (União Europeia, ONU, Estados Unidos e Rússia) pediu “uma moderação máxima”, e o Conselho de Segurança da ONU se reunirá hoje para examinar o aumento da violência.
Neste domingo, as forças de segurança israelenses anunciaram a detenção de 25 membros do grupo islamita Hamas, como medida preventiva, após as “tensões em torno do Monte do Templo”. Segundo o Exército, um foguete lançado de Gaza, território palestino governado pelo Hamas, alcançou uma área não habitada de Israel.
Uma semana de violência
Fechamento: Em 14 de julho, três árabe-israelenses matam a tiros dois policiais na Cidade Velha de Jerusalém, antes de serem abatidos na Esplanada das Mesquitas. Israel garante que as armas utilizadas haviam sido escondidas na Esplanada e fecha o acesso ao local.
Detectores de metais: 15 de julho, instalados detectores de metais. No dia seguinte, a Esplanada ao público, mas os fiéis muçulmanos se negam a entrar devido a essas medidas.
Confrontos: A partir de 16 de julho, os confrontos ocorrem diariamente entre palestinos e as forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental na Cisjordânia. Os fiéis muçulmanos continuam se negando a rezar na Esplanada das Mesquitas.
Violência fatal: Na sexta-feira, 21 de julho, dia da grande oração semanal, a Polícia israelense proíbe homens com menos de 50 anos de acessar a Cidade Velha. Confrontos estouram em Jerusalém Oriental e naCisjordânia. O presidente palestino, Mahmud Abas, anuncia que as relações com Israel ficarão “congeladas” enquanto as medidas
permanecerem em vigor.