Itália bate recorde de mortes por Covid-19 e proíbe viagens no Natal e ano-novo

Itália bate recorde de mortes por Covid-19 e proíbe viagens no Natal e ano-novo

Restrição passa a valer em todo o país entre os dias 21 de dezembro e 6 de janeiro

AE

Governo italiano teme que os números da pandemia no país aumentem ainda mais depois do recesso de fim de ano se medidas rígidas não forem adotadas

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No dia em que o mundo ultrapassou a marca de 1,5 milhão de mortes por Covid-19, o governo italiano proibiu viagens no Natal e no réveillon para conter uma nova onda de contágio. A restrição passa a valer em todo o país entre os dias 21 de dezembro e 6 de janeiro. Com isso, a Itália se torna o primeiro país da Europa a anunciar uma proibição de deslocamento durante as festas de fim de ano.

Segundo o decreto, os moradores de outros Estados poderão retornar para suas residências fixas, mas as visitas entre regiões não será permitida. As restrições não valem para deslocamentos de profissionais essenciais, tratamento de doenças e viagens a trabalho.

Primeiro país afetado pelo coronavírus na Europa - ainda entre março e abril -, a Itália registrou mais de 57 mil mortes e 761 mil infecções. Nos últimos dias, a situação vem se agravando. O país vem registrando cerca de 20 mil casos diários e ontem chegou a 993 mortes em 24 horas - o número mais alto desde que começou a pandemia, incluindo o pico de contágio do primeiro semestre.

O governo italiano teme que os números da pandemia no país aumentem ainda mais depois do recesso de fim de ano se medidas rígidas não forem adotadas. "Não temos ilusões", disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, aos parlamentares italianos. "Se baixarmos a guarda, a terceira onda estará perto demais."

O ministro também deu detalhes sobre o plano de vacinação "massiva" que a Itália adotará a partir de janeiro. Segundo ele, o país já encomendou mais de 202 milhões de doses, o que deve ser suficiente para imunizar toda a população italiana, já que alguns imunizantes exigem duas doses para cada pessoa.

"Assinamos todos os contratos que a União Europeia formalizou, não queremos correr o risco de não ter vacinas suficientes." Speranza acrescentou ainda que a vacina não será obrigatória, mas será adquirida e administrada de forma centralizada e será gratuita para todos, pois representa "um direito universal", de acordo com o ministro.

Temendo um avanço do coronavírus, outros países da UE também endureceram as regras de isolamento recentemente. Na quarta-feira, a Espanha anunciou que, durante as festas de fim de ano, as reuniões familiares estarão limitadas a até dez pessoas para evitar a propagação do vírus. No primeiro semestre, o país chegou a ser considerado o epicentro da covid no mundo. Até o momento, foram mais de 1,6 milhão de casos confirmados e pelo menos 45,7 mil mortos.

Já o Reino Unido recomendou a criação de "bolhas familiares" para as reuniões de fim de ano: grupos pequenos que se comprometem a não se relacionar com pessoas fora do círculo familiar e, com isso, reduzir os riscos de exposição ao coronavírus. Entre os dias 23 e 27 de dezembro, membros destes grupos poderão apenas entrar em contato entre si, em casa ou em locais de culto, segundo as recomendações oficiais.

Na Holanda, o governo tornou obrigatório o uso de máscaras para maiores de 13 anos em escolas, prédios públicos e comerciais - e multa para quem não usa é de € 95 (cerca de R$ 600 reais). O país foi um dos últimos na UE a adotar a medida. Os holandeses, no entanto, questionam a viabilidade do decreto. As grandes redes de varejo disseram que apenas informarão os clientes sobre as regras, mas não impedirão a entrada de ninguém que não tiver o rosto coberto. 


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