Itália busca responsáveis por tragédia de desabamento em Gênova
Balanço de vítimas está em 38 mortos e 16 feridos
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O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou que o balanço provisório foi revisado e caiu de 39 para 38, além de 16 pessoas feridas, nove delas em estado grave. A Itália respeitará no sábado um dia de luto nacional, data dos funerais solenes em Gênova. Na quarta-feira à noite, ao final de uma reunião extraordinária do ministério em Gênova, Giuseppe Conte decretou estado de emergência na cidade por 12 meses e estabeleceu um fundo de cinco milhões de euros, o que permitirá ajudar as mais de 630 pessoas que viram suas casas, localizadas embaixo da ponte, condenadas pelas autoridades.
Revogar a concessão
O governo também deseja revogar o contrato de concessão à empresa Autostrade no trecho em que ficava a ponte. Vários ministros exigiram uma revisão de todas as concessões do grupo. "Não podemos esperar a justiça penal. A Autostrade tinha o dever e a obrigação, o compromisso, de garantir a manutenção deste viaduto e a segurança de todos os que transitavam por ele", declarou Conte.
O grupo Atlantia, controlado pela família Benetton, que controla a Autostrade per l'Italia, respondeu que o anúncio do governo foi feito "na ausência de qualquer objeção específica e de qualquer certeza sobre as causas efetivas" do desabamento. A ação da Atlantia operava em queda de quase 25% durante a sessão na Bolsa de Milão. A Autostrade per l'Italia afirmou na quarta-feira que tem confiança e poder "demostrar que sempre respeitou corretamente suas obrigações de concessionária" e acrescentou que "não é possível no momento formular hipóteses sobre as causas do desabamento do viaduto".
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De acordo com fontes do setor financeiro entrevistadas pela imprensa italiana, o Estado poderia ser obrigado a pagar bilhões de euros de compensação pela revogação do contrato de concessão. A empresa afirmou que trabalha "com afinco" na reconstrução da ponte, uma obra que deve terminar em "cinco meses", assim que o local for liberado após as operações de busca. No local do desabamento, o trabalho de busca é perigoso porque os "escombros são instáveis, assim como parte da ponte ainda de pé", afirmou Emanuele Gissi.
A prefeitura recebeu vários alertas de pessoas desaparecidas, "mas é difícil saber se alguém não atende o telefone porque já está de férias em outro lugar do mundo ou porque, infelizmente, está embaixo da ponte", afirmou na quarta-feira o ministro do Interior, Matteo Salvini. "O que é correto é que aqueles que estão procurando nos dizem que ainda há outras pessoas nos escombros", completou.