Japão reinicia primeiro reator nuclear quatro anos após Fukushima

Japão reinicia primeiro reator nuclear quatro anos após Fukushima

Equipamento deve voltar a gerar energia elétrica nesta sexta

AFP

Japão reinicia primeiro reator nuclear quatro anos após Fukushima

publicidade

Um primeiro reator nuclear entrou em funcionamento nesta terça-feira no Japão, quatro anos após o acidente de Fukushima, que provocou o fechamento de todas as usinas nucleares no país a partir de setembro de 2013. "O reator número 1 da central de Sendai (1 mil quilômetros a Sudoeste de Tóquio) foi reiniciado às 10h30min local (22h30min de segunda)", anunciou uma porta-voz da companhia operadora Kyushu Electric Power.

O reator, que funciona há 31 anos, deve atingir a plena capacidade operacional por volta das 23h (11h Brasília) e começar a gerar energia elétrica na sexta-feira, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou na noite de segunda-feira que a retomada é acompanhada de todas as medidas de segurança, que "devem ser a principal prioridade".

O governo conservador defende a reativação do setor nuclear especialmente por questões econômicas, diante do custo da energia importada. Mas a maioria da população questiona a validade da reativação, qualificada de "erro" por Naoto Kan, primeiro-ministro no momento do acidente de Fukushima e hoje um dos principais críticos da energia nuclear.

Um grupo de 200 pessoas - procedentes de várias regiões do Japão - protestou diante da entrada da central de Sendai aos gritos de "Contra as reativações", segundo a rede de TV estatal NHK. Na noite desta terça-feira deverá ocorrer outra manifestação, desta vez em frente à casa de Abe em Tóquio. "O acidente de Fukushima ainda não foi resolvido e suas causas, elucidadas. Então, por que motivo vamos reativar um reator?" - questionou em Sendai um morador da prefeitura de Fukushima.

O reator reativado nesta terça foi colocado em operação em julho de 1984, sendo paralisado em maio de 2011 para a manutenção regular, mas as autoridades decidiram deixá-lo fora de operação após a adoção de normas de segurança mais severas devido ao desastre na central de Fukushima, em março de 2011, provocado por um tsunami.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895