John Kerry será homem forte de Biden para reverter trajetória climática dos EUA

John Kerry será homem forte de Biden para reverter trajetória climática dos EUA

Grande nome democrata prometeu país no caminho certo de seu maior desafio

AE

Kerry foi integrante do governo Obama

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Com a escolha de John Kerry como representante especial para o clima, o presidente eleito Joe Biden deu um sinal de que a questão será central em sua política externa. Kerry, um diplomata experiente e reconhecido por líderes mundiais, terá um assento no Conselho de Segurança Nacional na Casa Branca, disse a equipe de transição, marcando a primeira vez que um oficial do órgão será dedicado à questão climática.

A nomeação de Kerry não requer confirmação do Senado dos EUA. Ele deve trabalhar com um contraparte na Casa Branca, responsável pelas questões climáticas domésticas, que deve ser anunciado em breve. O diplomata deve consagrar o retorno dos EUA ao Acordo de Paris , cumprindo uma das promessas de Biden - reverter decisões e políticas climáticas de Trump, que desmantelou as regulamentações da era Obama para impulsionar a perfuração, a mineração e a manufatura.

Foi o próprio Kerry, na época secretário de Estado de Barack Obama, que em 2015 assinou em nome dos Estados Unidos o Acordo de Paris. Ele também foi responsável por oficializar o acordo nuclear iraniano -- do qual os EUA também se retiraram sob o governo Trump. Biden prometeu promover a volta do país ao Acordo de Paris assim que assumir a presidência, em 20 de janeiro.

"Volto ao governo para recolocar os Estados Unidos no caminho certo diante do maior desafio que esta geração e as próximas enfrentarão", declarou Kerry no Twitter, prometendo "lidar com a crise climática como a urgente ameaça à segurança nacional que é".

Kerry, de 76 anos, é um dos principais nomes do Partido Democrata. Dois anos mais jovem que Biden, foi secretário de Estado, tentou sem sucesso vencer as eleições presidenciais em 2004 e, em seus 28 anos como senador, caracterizou-se pelo interesse em relações exteriores.
Deixou o cargo de secretário de Estado em janeiro de 2017, quando Trump tomou posse. O clima sempre foi um de seus assuntos prediletos.

Um ano depois, lançou uma aliança batizada de "Guerra Mundial Zero", com outras personalidades, contra a mudança climática. "Nenhum país faz seu trabalho" sobre o clima, criticou Kerry na época. "Temos que tratar esse assunto como uma guerra".

Cada ano de descaso durante a presidência de Trump complicou essa 'guerra'. A emissão de gases de efeito estufa nos Estados Unidos está diminuindo devido ao uso crescente de energia renovável e à pandemia. No entanto, isso não está acontecendo na velocidade necessária para atingir a meta proclamada por Biden: atingir a neutralidade absoluta em carbono até 2050.


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