Jornalista gaúcho que mora Israel relata medo dos ataques: "Ficamos trancados em casa"

Jornalista gaúcho que mora Israel relata medo dos ataques: "Ficamos trancados em casa"

Airton Gontow está em Haifa, cidade ao norte do território israelense

Felipe Uhr

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Mesmo estando a quase 100 quilômetros de Tel Aviv, umas das cidades mais atingidas pelos ataques do Hamas contra Israel neste sábado, o jornalista porto-alegrense Gontow, de 61 anos, não está nada tranquilo.

“Acordei achando que ia ter um belo dia, que iria fazer um belo passeio. Recebi uma ligação de um amigo me avisando para ligar a TV, foi quando eu vi que o país estava em guerra”, contou para a reportagem do Correio do Povo por telefone. Gowton está na cidade litorânea de Haifa, ao norte do país.

Apesar da distância, ele disse que o medo se espalhou entre a população. “Hoje, nós ficamos trancados dentro de casa. Os mísseis não chegaram aqui, mas se sabe que os terroristas entraram dentro do país”, relatou o jornalista, que mora há dois anos em Israel. Segundo ele, o cotidiano foi quebrado pelo horror da guerra. “As pessoas têm parentes nas cidades que estão sendo atacadas.”

Gowton explica também que os “bunkers”, estruturas feitas para resistir a projéteis de guerra, são comuns na cidade. “Todas as cidades têm bunkers. Há alguns que são coletivos. Pelo menos um móvel das casas e prédios também é um”, explica, dizendo que o alerta está máximo. “O governo recomentou para todo mundo ficar em casa e guardar estoques de comida e água nos bunkers. Se a gente ouvir a sirene, a gente vai para lá”, contou o gaúcho, que ainda espera ver dias melhores na cidade que tanto gosta.

“É um tristeza para quem acredita na paz. Há uma praça aqui na frente e as crianças sempre fazem muito barulho. Eu sempre fecho a janela. Hoje está um silêncio. Como eu queria ouvir aquelas crianças, os cachorros, o barulho. Acho que nunca mais vou fechar a janela”, contou, emocionado.


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