Jornalistas encontram "cenário devastador" na Usina Nuclear de Fukushima
Visitantes tiveram de usar equipamento de proteção e se submeter a teste de radiação
publicidade
De acordo com o relato, os caminhões virados pela força do tsunami continuam nas ruas da usina, há pilhas de lixo amontoado e largas piscinas de água ainda cobrem boa parte do complexo nuclear. Mas os responsáveis garantem que a situação na central nuclear, que sofreu várias explosões na sequência do desastre natural, tinha melhorado o suficiente para permitir a visita dos jornalistas.
O governo japonês e a equipe que gere a planta, a Empresa de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco), dizem que os vazamentos de radiação são bastante menos perigosos agora que nos dias que se seguiram ao acidente, e sublinham que o trabalho está em andamento para permitir um "desligamento frio", ou seja, no momento em que as temperaturas dos reatores ficam suficientemente baixas e controladas.
No entanto, o governo prevê que deve demorar mais 30 anos até que seja possível remover, de forma segura, o combustível nuclear e desativar a central nuclear. Pode, também, demorar décadas até ser possível trazer as dezenas de milhares de habitantes que foram obrigados a sair da zona de exclusão de 20 quilômetros ao redor da usina.
A tragédia que ocorreu em Fukushima, a 240 quilômetros ao norte de Tóquio, em 11 de março deste ano, deu-se na sequência de um grande terremoto de 9 graus na Escala Richter, seguido de um tsunami com ondas de 14 metros, tudo em 50 minutos, que mataram cerca de 20 mil pessoas. A catástrofe natural fez com que os sistemas de resfriamento dos reatores na central de Fukushima fossem desativados, provocando o derretimento das barras de combustível e o vazamento de radiação.