Juiz dos EUA pede que Argentina e fundos mantenham negociações

Juiz dos EUA pede que Argentina e fundos mantenham negociações

Thomas Griesa rejeitou pedido do país para mudança de mediador

AFP

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Em mais uma audiência em Nova Iorque, o juiz federal norte-americano Thomas Griesa pediu nesta sexta-feira que a Argentina e os fundos especulativos continuem buscando uma solução negociada para o litígio dos títulos da dívida não negociada do país, que entrou em moratória parcial.

Argentina não faz acordo com "fundos abutres" e dá calote
Argentina culpa EUA por falta de acordo que a levou ao calote

"Voltemos a trabalhar", disse Griesa, que rejeitou o pedido dos advogados da Argentina para mudar o mediador que acompanha o caso, Daniel Pollack. A Argentina argumentou que havia perdido a confiança na mediação de Pollack após o fracasso das negociações travadas até quarta-feira passada.

Argentina culpa EUA por falta de acordo

Buenos Aires responsabilizou nessa quinta-feira os Estados Unidos pelo fracasso nas negociações nos tribunais de Nova Iorque com os fundos especulativos que levou a Argentina ao default, calote, de parte de sua dívida. "Se existe um juiz que é um agente dos fundos especulativos, que é um mediador (judicial) e um agente deles, de que justiça estão falando? Aqui há uma responsabilidade do Estado, dos Estados Unidos para gerar as condições de respeito irrestrito à soberania dos países", acusou o chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, falando à imprensa.

Capitanich acusou Griesa e Pollack de incompetência "por não respeitarem a condição soberana da Argentina, por desconhecer questões elementares e por não compreender o processo". A Argentina e os fundos especulativos não chegaram a um acordo pela disputa em torno de sua dívida soberana depois de dois dias de discussões em Nova York e da declaração de um default seletivo por uma agência de classificação de risco.

"Tentavam nos impor algo que era ilegal. A intenção era forçar uma situação ilegal. A Argentina está disposta a dialogar, a chegar a um consenso. Vamos buscar uma solução justa, equitativa e legal para 100% de nossos credores", declarou o ministro da Economia, Axel Kicillof, ao se referir às negociações pela sentença de um juiz federal americano a favor desses fundos.

Sem acordo, argentinos dão calote

A Argentina não chegou a um acordo com os chamados “fundos abutres”, na reunião de quarta-feira em Nova Iorque, e entra em default, ou seja, dará calote em sua dívida, renegociada em 2001 e 2005, informou o advogado Daniel Pollack, encarregado de intermediar as conversas entre as partes. Isso significa que o governo da presidente Cristina Kirchner não aceitou os termos propostos pelos holdouts (fundos que não aderiram às reestruturações da dívida).

“Infelizmente, nenhum acordo foi alcançado e a República da Argentina está iminentemente em default (calote)”, afirmou Pollack em comunicado. Sem o pagamento a esses fundos, o juiz Thomas Griesa, da Corte de Nova Iorque, que arbitrou a disputa, não vai liberar o dinheiro depositado para pagamento de parcela dos vencimentos dos credores que aceitaram a renegociação. Eles deveriam ser pagos até o fim do dia de quarta-feira para que não se configurasse calote técnico.

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