Justiça japonesa emite ordem de prisão contra Carole Ghosn

Justiça japonesa emite ordem de prisão contra Carole Ghosn

Comunicado da Procuradoria de Tóquio afirmou que ela teria dado declarações falsas à Justiça japonesa em abril de 2019

AFP

Em foto de maio de 2017, casal Carole e Carlos Ghosn chega para première no 70º Festival de Cannes

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A Justiça japonesa emitiu um mandado de prisão contra Carole Ghosn, suspeita de "falso testemunho" na investigação em curso contra seu marido, Carlos Ghosn . O anúncio deste mandado de prisão coincide com outro emitido contra Carlos Ghosn no início de janeiro, pela Interpol, dias depois de sua fuga para o Líbano.

Segundo um comunicado da Procuradoria de Tóquio, Carole Ghosn teria dado declarações falsas à Justiça japonesa em abril de 2019, ao ser questionada sobre suas reuniões com uma pessoa, cujo nome não foi revelado. Na data, o ex-CEO da Renault e da Nissan havia sido solto sob fiança no Japão, à espera do julgamento por suspeita de malversação financeira. Ele estava proibido de deixar o Japão até ser julgado.

Carole liderou a campanha para que seu marido fosse solto, defendendo sua inocência. Criticou os procuradores japoneses e enviou pedidos de ajuda para sua liberdade ao presidente francês e à Casa Branca.

Pedido de extradição

O secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, disse que o governo fará todos os esforços diplomáticos para conseguir a extradição de Carlos Ghosn, ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor. Em um programa de televisão nessa segunda-feira, Suga afirmou que ficou sem palavras quando ouviu a notícia pela primeira vez, e comentou que o fato era extremamente lamentável.

Acrescentou que vai garantir que os detalhes da partida de Ghosn sejam verificados e que se tomem medidas para evitar que tais incidentes voltem a ocorrer. O principal porta-voz do governo japonês explicou que as autoridades do país pediram à Interpol para colocar Ghosn na lista de procurados internacionalmente.

Em nota divulgada hoje, a Nissan Motor disse que a ida de Carlos Ghosn para o Líbano, sem autorização judicial e com violação das condições da fiança, é "desafia o sistema judicial japonês". Para a empresa, a situação é "extremamente lamentável".


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