Justiça russa mantém acusações de pirataria à bióloga gaúcha

Justiça russa mantém acusações de pirataria à bióloga gaúcha

Na quinta, ativistas foram indiciados por vandalismo

AFP

Gaúcha está presa desde 19 de setembro

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Após anunciar que o indiciamento dos 28 ativistas do Greenpeace e dois jornalistas, entre eles a bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, seria substituído por vandalismo, autoridades russas ainda não retiraram as acusações de pirataria sobre o grupo, informou a organização nesta sexta-feira. Na quinta, a Justiça do país concluiu a formalização das novas acusações de vandalismo para os 30 presos. Agora, eles permanecem sob as duas acusações, que podem lhes render até 15 anos de prisão – no caso de pirataria – ou até sete em condenação por vandalismo.

"O poderoso Comitê de Investigação anunciou na semana passada que as acusações de pirataria seriam substituídas por acusações de vandalismo. Mas, no momento em que os trinta detidos compareceram perante a comissão esta semana, as acusações de pirataria não foram retiradas. Ao invés disso, novas acusações foram feitas contra cada um deles", divulgou o Greenpeace

"Eles agora estão sendo acusados de dois crimes, que são puníveis com até 15 anos (por pirataria) e sete anos (por vandalismo)", acrescentou a organização.

A Comissão de Investigação havia anunciado em 23 de outubro que tinha decidido redesignar as ações movidas contras os 30 tripulantes do Greenpeace, entre os quais estavam 26 estrangeiros presos em Murmansk (noroeste).

A porta-voz do Greenpeace, Maria Favorska¯a, disse que os investigadores informaram aos 30 prisioneiros que estavam preparando os documentos sobre a reclassificação das acusações. "Nós ainda não recebemos tais documentos. Mas, formalmente, esta requalificação entrará em vigor apenas quando os advogados receberem pelo correio" uma carta para cada acusado, disse.

Ela indicou que apenas a acusação de pirataria permite a detenção de pessoas em águas internacionais. "Eles não têm nenhuma razão para manter em detenção as pessoas que não são piratas. Acredito que eles deliberadamente têm criado dificuldades para mantê-los na prisão o maior tempo possível", considerou.

O "Arctic Sunrise", que navegava sob a bandeira holandesa - a organização ecologista Greenpeace foi registrada sob a lei holandesa-, foi rebocado no final de setembro pela guarda costeira russa no Mar de Barents, depois de membros de sua tripulação tentarem escalar uma plataforma de petróleo em protesto.

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