Líder norte-coreano convida presidente da Coreia do Sul a Pyongyang

Líder norte-coreano convida presidente da Coreia do Sul a Pyongyang

Encontro poderia gerar discórdia entre Moon Jae-in e o presidente americano, Donald Trump

AFP

Encontro poderia gerar discórdia entre Moon Jae-in e o presidente americano, Donald Trump

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O líder norte-coreano, Kim Jong Un, convidou o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, a participar de uma reunião de cúpula em Pyongyang, no momento em que Washington adverte sobre "a operação de sedução olímpica" do regime norte-coreano. O convite foi transmitido por Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano, que visita a Coreia do Sul por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno, informou um porta-voz da Casa Azul, presidência sul-coreana.

Caso a cúpula aconteça, será a terceira deste tipo, depois das reuniões que Kim Jong II, pai do atual líder norte-coreano, teve em Pyongyang com os presidentes sul-coreanos Kim Dae-jung e Roh Moo-Hyun, em 2000 e 2007, respectivamente.
Mas o encontro poderia gerar discórdia entre Moon, partidário do diálogo com o Norte, e o presidente americano, Donald Trump, que até poucas semanas atrás trocava insultos e ameaças apocalípticas com Kim.

Washington exige que Pyongyang mostre, antes de qualquer negociação, que está disposta a renunciar a seu programa nuclear militar, quando o próprio Kim se vangloriava, há pouco tempo, de seu país ter se tornado um "Estado nuclear de pleno direito". Moon recebeu para um almoço neste sábado o chefe de Estado da Coreia do Norte, Kim Yong Nam, cujo cargo é protocolar, e Kim Yo Jong.

"Carta pessoal"

"A enviada especial Kim Yo Jong entregou uma carta pessoal de seu irmão que expressa o desejo do mesmo de melhorar a relação intercoreana", declarou o porta-voz de Moon, Kim Eui-kyeom. Também transmitiu verbalmente o convite de seu irmão para que Moon Jae-in visite "o Norte no momento que mais lhe convier", acrescentou. A proposta é feita após dois anos de extrema tensão na península, período em que Pyongyang realizou três testes nucleares, o último e mais potente deles em setembro passado.

A Coreia do Norte também efetuou dezenas de testes de mísseis, em meio a ameaças de que tem capacidade de lançar uma bomba atômica que atinja os Estados Unidos. O presidente sul-coreano não aceitou o convite de imediato. Pediu que sejam criadas "boas condições" para a visita, e que o Norte busque de forma mais ativa o diálogo com os Estados Unidos, assinalou. "É absolutamente necessário que o Norte e os Estados Unidos iniciem um diálogo rapidamente", disse o presidente sul-coreano, citado por seu porta-voz.

Analistas sugerem que a Coreia do Norte busca, com sua participação nos "Jogos da Paz", obter um abrandamento das sanções contra o regime e prejudicar a relação entre Seul e Washington.  Kim Yo Jong viveu uma ascensão fulgurante ao topo do poder, que seu irmão herdou do pai de ambos no fim de 2011. Desde outubro, integra o poderoso órgão político do partido único no poder na Coreia do Norte. O último membro da família Kim a visitar Seul havia sido seu avô Kim Il Sung, fundador do regime, quando suas tropas conquistaram a capital em 1950.

Nenhum contato

Durante a cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno, o vice-presidente americano, Mike Pence, não entrou em contato com os representantes norte-coreanos, informaram fontes americanas. "Os Estados Unidos não permitirão que a farsa representada pela propaganda norte-coreana siga sem resposta no cenário internacional", publicou Pence no Twitter neste sábado. "O mundo não pode permanecer de ouvidos fechados ante a opressão e as ameaças do regime de Kim", criticou

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