Ligação telefônica deflagrou caçada definitiva a Bin Laden

Ligação telefônica deflagrou caçada definitiva a Bin Laden

Mensageiro do líder da Al-Qaeda deu pistas do seu paradeiro em chamada grampeada, em 2010

Correio do Povo

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Uma ligação aparentemente inofensiva foi o estopim da caçada definitiva que culminou com a morte do líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden, conforme reportagem do renomado jornalista Bob Woodward no jornal Washington Post. Abu Ahmed al-Kuwaiti, pseudônimo de um mensageiro do terrorista, deu pistas sobre o seu paradeiro para um amigo durante chamada grampeada ainda em 2010.

"Por onde você anda?", perguntou o interlocutor de Al-Kuwaiti. "Estamos sentindo sua falta. O que você tem feito?", prosseguiu. A resposta foi definidora para a inteligência dos EUA: "Estou de volta com as pessoas que estava antes", apontou o mensageiro, numa entonação que parecia mostrar que estava ao lado de Bin Laden.

Ao rastrear a origem do telefonema, os líderes da inteligência americana encontraram o endereço da casa no Paquistão, após rastrearem o celular de Al-Kuwaiti. Conforme um oficial que não quis se identificar, este seria o ponto para começar uma filmagem de Hollywood sobre o momento em que os EUA, finalmente, abateram o mentor do 11 de Setembro.

A reportagem de Woodward, famoso por revelar o escândalo político de Watergate nos anos 1970, detalha diversos passos da investigação do EUA até a decisão de invadir a mansão. Em um dos pontos, ele conta o trabalho de equipes de vigilância, que identificaram um andarilho nos jardins internos do complexo. Todos os dias ele andava pelo local, por uma ou duas horas, nunca deixando a residência, o que levantou suspeitas de que poderia ser o próprio terrorista, ou então um dublê para uma cilada.

Os especialistas em contraterrorismo, conforme a matéria do Washington Post, determinaram uma chance de 40% de que aquele fosse realmente o esconderijo do líder da Al-Qaeda. Ainda assim, a informação foi considerada positiva, pois era melhor que todos os outros relatos e pistas, que tinham uma credibilidade de 2%. Oficiais da segurança nacional não eram unânimes em recomendar a invasão da casa, mas o presidente, Barack Obama, decidiu por liberar a missão, na sexta-feira 29 de abril, com o resultado que o mundo já conhece.

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