Mães relatam drama de gaúchas ilhadas em Aguas Calientes

Mães relatam drama de gaúchas ilhadas em Aguas Calientes

Roberta Cezar e três amigas realizariam sonho de conhecer Machu Picchu

Luciamen Winck / Correio do Povo

Fernanda Cassel já falou com a mãe por telefone

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A viagem dos sonhos se transformou em pesadelo para quatro universitárias. As jovens tinham um mesmo desejo: conhecer Machu Picchu. E decidiram viajar juntas ao Peru. O grupo é formado por Fernanda Cassel e Luisa Adegas, acadêmicas de Publicidade e Propaganda da PUCRS, além de Roberta Cezar, acadêmica de Design da Unisinos e filha da desembargadora da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, Denise Cezar, e Rebeca Rossatto Siqueira, que completa 18 anos nesta sexta-feira e foi aprovada no vestibular 2010 da UFRGS para o curso de Filosofia. Luisa Adegas também foi aprovada na UFRGS, em Publicidade e Propaganda. Elas embarcaram para Lima em 16 de janeiro e agora estão ilhadas em Aguas Calientes devido ao mau tempo que atinge o local.

Depois de conhecerem os pontos turísticos da capital peruana, seguiram para Cuzco, de onde rumaram para a cidade perdida dos Incas, também conhecida como "velha montanha", no dia 23, quando a chuva entrou em cena de maneira abundante e impiedosa.

"Estou apreensiva, pois minha filha e as amigas estão dormindo dentro de um vagão de trem, em Águas Calientes", relata a empresária Eliana Azeredo, mãe de Fernanda. Segundo ela, apesar de a jovem ter apenas 17 anos, tem demonstrado maturidade para enfrentar a situação adversa.

A empresária disse ainda que há muitas crianças e idosos aguardando resgate. "Como a Fernanda e as amigas são jovens, certamente permanecerão em Águas Calientes no mínimo por mais três dias", projetou. O retorno de Fernanda e das três colegas está previsto para 3 de fevereiro. A mãe, porém, teme que elas percam o voo.

Desde que Fernanda e as colegas ficaram ilhadas, ela conseguiu manter apenas dois contatos telefônicos com a mãe. Na segunda-feira, durante o primeiro telefonema, ela parecia tranquila e tinha expectativa de retornar a Cuzco até o anoitecer. No entanto, ao conversar com a mãe por volta das 15h de quarta-feira, ela chorou. "Bastante nervosa e apreensiva, ela relatou que, para dormir, fazem revezamento", afirmou a mãe.

A desembargadora Denise Cezar diz temer o impacto emocional que a experiência deve causar às jovens. "O que era para ser uma aventura se transformou em história de terror", aponta. Ela relata que hoje não conseguiu falar com a filha, porque não há energia elétrica em Aguas Calientes, além de celulares estarem sem sinal. "Uma coisa é acontecer um desastre natural e ter pronto atendimento. Outra é ficarmos aqui sem informações que retratem a realidade do que está acontecendo", desabafa.

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