Mães relatam drama de gaúchas ilhadas em Aguas Calientes
Roberta Cezar e três amigas realizariam sonho de conhecer Machu Picchu
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Depois de conhecerem os pontos turísticos da capital peruana, seguiram para Cuzco, de onde rumaram para a cidade perdida dos Incas, também conhecida como "velha montanha", no dia 23, quando a chuva entrou em cena de maneira abundante e impiedosa.
"Estou apreensiva, pois minha filha e as amigas estão dormindo dentro de um vagão de trem, em Águas Calientes", relata a empresária Eliana Azeredo, mãe de Fernanda. Segundo ela, apesar de a jovem ter apenas 17 anos, tem demonstrado maturidade para enfrentar a situação adversa.
A empresária disse ainda que há muitas crianças e idosos aguardando resgate. "Como a Fernanda e as amigas são jovens, certamente permanecerão em Águas Calientes no mínimo por mais três dias", projetou. O retorno de Fernanda e das três colegas está previsto para 3 de fevereiro. A mãe, porém, teme que elas percam o voo.
Desde que Fernanda e as colegas ficaram ilhadas, ela conseguiu manter apenas dois contatos telefônicos com a mãe. Na segunda-feira, durante o primeiro telefonema, ela parecia tranquila e tinha expectativa de retornar a Cuzco até o anoitecer. No entanto, ao conversar com a mãe por volta das 15h de quarta-feira, ela chorou. "Bastante nervosa e apreensiva, ela relatou que, para dormir, fazem revezamento", afirmou a mãe.
A desembargadora Denise Cezar diz temer o impacto emocional que a experiência deve causar às jovens. "O que era para ser uma aventura se transformou em história de terror", aponta. Ela relata que hoje não conseguiu falar com a filha, porque não há energia elétrica em Aguas Calientes, além de celulares estarem sem sinal. "Uma coisa é acontecer um desastre natural e ter pronto atendimento. Outra é ficarmos aqui sem informações que retratem a realidade do que está acontecendo", desabafa.