Mais de 150 detidos fogem de prisão nas Filipinas

Mais de 150 detidos fogem de prisão nas Filipinas

Fuga em massa teria sido facilitada por homens armados que atacaram casa de detenção

AFP

Ataque contra prisão facilita fuga de mais de 150 presos nas Filipinas

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Um grupo de homens armados supostamente vinculados a um grupo rebelde muçulmano teria tacado nesta quarta-feira uma prisão no sul das Filipinas e facilitado a fuga de mais de 150 presos, na maior evasão da história do arquipélago asiático. Uma centena teria feito parte do grupo que atacou uma prisão de Kidapawan, uma localidade 50 km a oeste de Davao, principal cidade da ilha meridional de Mindanao, à 01h (15h de Brasília de terça-feira).

Os combates duraram duas horas em torno do centro de detenção, um guarda do qual morreu. "Foi para resgatar seus companheiros detidos, uma operação de resgate", disse o guarda Peter John Bonggat ao canal local de televisão ABS-CBN, ressaltando que o ataque superou as capacidades de defesa dos vigilantes. O ataque foi lançado por uma facção dissidente do grupo insurgente muçulmano Frente Moro de Libertação Islâmica (MILF), disse Bonggat, referindo-se ao movimento armado islamita mais importante do país, com o qual o governo iniciou negociações de paz.

Ao menos 150 detidos conseguiram fugir, acrescentou Bonggat, que disse ignorar quantos deles estavam vinculados aos combatentes que atacaram a prisão. O centro de detenção é uma antiga escola situada em uma afastada zona florestal. Abrigava 1.511 detidos antes do ataque. "Os presos aproveitaram o ataque e empilharam suas camas umas sobre as outras para escapar", relatou Bonggat.

Operação de busca

Muitos grupos criminosos e movimentos rebeldes - muçulmanos ou comunistas - operam no setor de Kidapawan. "Temos personalidades muçulmanas (na prisão) que pertencem a várias organizações, vários grupos", declarou Bonggat.
Nesta quarta-feira foi ativada uma vasta operação de busca. As autoridades locais afirmam que seis foragidos foram abatidos e que outros oito foram encontrados.

Von Al Haq, porta-voz do MILF, afirmou que não conhecia a identidade dos ativistas que atacaram a prisão.
O MILF, que conta com 10 mil combatentes, observa atualmente um cessar-fogo. "É a maior fuga de nossa história", declarou Xavier Solda, porta-voz da administração penitenciária filipina. "Temos uma verdadeira falta de efetivos". Shirlyn Macasarte, governador interino da província de Cotabato, indicou que algumas informações apontavam que o ataque havia sido preparado pelos Combatentes pela Liberdade do Bangsamoro Islâmico (BIFF).

O BIFF é uma cisão do MILF desde 2008, quando negociações de paz fracassaram. Desde então, dirigiu ataques contra localidades cristãs que deixaram mais de 400 mortos e 600 mil deslocados. "Recebemos informações segundo as quais um grupo de membros do BIFF queria libertar alguns de seus irmãos, que tinham experiência em assassinatos e na fabricação de bombas", declarou Macasarte à ABS-CBN.

A região de Mindanao, no sul das Filipinas, sofre há décadas com ações armadas de separatistas muçulmanos e grupos criminosos, alguns das quais aderiram ao grupo extremista Estado Islâmico.


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