Mais de 60 pessoas estão desaparecidas em novo naufrágio na costa da Líbia

Mais de 60 pessoas estão desaparecidas em novo naufrágio na costa da Líbia

Guarda Costeira conseguiu resgatar 40 migrantes que estavam com coletes salva-vidas

AFP

Mais de 60 pessoas estão desaparecidas em novo naufrágio na costa da Líbia

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Pelo menos 63 pessoas desapareceram em um novo naufrágio frente à costa líbia, no último drama da migração clandestina no mar Mediterrâneo, que eleva para quase 170 o número de desaparecidos desde sexta-feira. Os 63 imigrantes desapareceram após o naufrágio de sua embarcação no domingo, diante da Líbia, disse nesta terça-feira à AFP o porta-voz da Marinha líbia, citando testemunhos dos resgatados. Segundo o general Ayub Kacem, foram resgatados 41 migrantes que usavam coletes salva-vidas.

"A Guarda Costeira não encontrou corpos no local", afirmou. Os resgatados contaram que havia 104 pessoas na embarcação, até naufragar próximo a Garabulli, cerca de 50 quilômetros ao leste de Trípoli. Há meses, essa região é o principal ponto de saída de embarcações lotadas de imigrantes que se arriscam a tentar a perigosa travessia do Mediterrâneo para chegar à Itália. Além dos 41 resgatados, um navio da Guarda Costeira líbia atracou na segunda-feira em Trípoli com outros 235 imigrantes a bordo - incluindo 54 crianças e 29 mulheres-, resgatados em outras duas operações na mesma zona. O barco chegou com quase 24 horas de atraso por causa de uma avaria, explicou Kacem.

"Alarmante"

Na sexta-feira, foram recuperados os corpos de três bebês, e mais de 100 pessoas foram declaradas desaparecidas no naufrágio de sua embarcação, também frente a Garabulli. Ao todo, 16 imigrantes, todos homens jovens, foram resgatados. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde o início do ano cerca de mil pessoas morreram, tentando cruzar o Mediterrâneo.

"O número de mortos no mar frente à costa líbia aumenta de forma alarmante", advertiu na segunda-feira o chefe da missão da OIM na Líbia, Othman Belbeisi. "Os traficantes exploram o desespero dos migrantes antes de a Europa reprimir as travessias do Mediterrâneo", explicou, em um comunicado. Na semana passada, o general Kacem advertiu que os traficantes de pessoas haviam acelerado as saídas pelo temor de um fechamento das fronteiras europeias, depois de Roma proibir o acesso a seus portos a vários barcos de ONGs com pessoas resgatadas a bordo.

Desde sexta-feira, a Guarda Costeira líbia resgatou, ou interceptou, mais de mil imigrantes. Uma vez em terra, as autoridades líbias levam esses imigrantes para centros de detenção. Segundo o comunicado da OIM, o diretor-geral da organização, William Lacy Swing, viajará para Trípoli esta semana "para ver em que condições se encontram os imigrantes trasladados para terra firme pela Guarda Costeira líbia".

A OIM tem um programa de "retorno voluntário" que permitiu a repatriação de 9 mil migrantes da Líbia nos seis primeiros meses de 2018, indicou o coordenador desse programa em Trípoli, Yomaa ben Hasan, na segunda-feira. A OIM repatriou quase 20 mil imigrantes em 2017 no âmbito desse programa. Desde os tempos do ditador Muamar Khadafi, derrubado e executado em 2011, milhares de imigrantes atravessam as fronteiras do sul da Líbia, sobretudo, para tentar cruzar o Mediterrâneo rumo à Europa. A situação piorou com a queda do ditador, em meio ao caos que reina na Líbia.

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