Mais de um milhão de migrantes entraram na Europa em 2015

Mais de um milhão de migrantes entraram na Europa em 2015

Número representa o maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial na Europa

AFP

Os migrantes que atravessaram o mar mediterrâneo fugiam da guerra em seu país

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Desde janeiro deste ano, um milhão de migrantes já entraram na Europa em 2015. Em sua maioria após uma viagem perigosa pelo Mediterrâneo, anunciaram nesta terça o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM). As informações foram divulgadas pelas duas organizações em um comunicado conjunto. 

As chegadas por mar este ano foram quase cinco vezes superiores às registradas em 2014. "O número representa o maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial na Europa", destacou a OIM em outro comunicado enviado aos meios de comunicação.

Em 2014, mais de 219 mil refugiados e migrantes atravessaram o Mediterrâneo. Porém, 3.692 migrantes morreram ou desapareceram no mar este ano, segundo a OIM.  Entre os que atravessaram em 2015, "uma em cada duas pessoas - meio milhão de pessoas - era síria que fugia da guerra em seu país", afirmaram Acnur e OIM. Os afegãos representaram 20% das chegadas à Europa e os iraquianos, 7%. Segundo as organizações, "o número de pessoas que atravessaram o Mediterrâneo aumentou regularmente de cinco mil em janeiro para chegar a um máximo mensal de mais de 221 mil em outubro".

Sentimentos xenófobos

"Enquanto os sentimentos de xenofobia aumentam em alguns lugares, é importante reconhecer as contribuições positivas dos refugiados e migrantes nas sociedades em que vivem", disse o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Antonio Guterres, citado no comunicado. Guterres pediu uma defesa dos "valores europeus fundamentais", como os direitos humanos, a tolerância e a diversidade. "Sabemos que as migrações são inevitáveis, necessárias e desejáveis", afirmou o diretor geral da OIM, William Lacy Swing.  

Nos últimos meses, os dirigentes do Acnur e da OIM condenaram à construção de barreiras nas fronteiras de alguns países europeus para impedir a chegada de migrantes, como é o caso da Hungria. Outros países, como a Suécia, recentemente, adotaram legislações que permitem reforçar os controles de identidade nas fronteiras. 

Estas organizações consideram, no entanto, que "depois de uma reação inicial caótica que gerou um deslocamento de dezenas de milhares de pessoas da Grécia através dos Bálcãs ocidentais e mais ao norte (...), uma resposta europeia mais coordenada começa a tomar forma". Mas "resta muito mais a fazer" na acolhida e no registro de migrantes, constataram as duas organizações.



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