Malvinas voltam a ser assunto entre Argentina e Inglaterra após eleição de Milei

Malvinas voltam a ser assunto entre Argentina e Inglaterra após eleição de Milei

Durante a campanha, novo presidente argentino falou em trabalhar para recuperar ilhas por canais diplomáticos

AFP

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Um assunto antigo entre Argentina e Reino Unido voltou à tona nesta semana após a eleição de Javier Milei para a presidência. Trata-se da Ilha das Malvinas, território que foi palco de uma guerra entre os dois países 1982. Durante a campanha, Milei havia dito, em declarações divulgadas pelo jornal La Nación em 13 de novembro, que o novo governo faria um esforço para recuperar o local. "Tivemos uma guerra que perdemos e temos de fazer todos os esforços para recuperar as ilhas pelos canais diplomáticos. Óbvio que vou defender as Malvinas", disse o agora chefe de Estado argentino. 

A partir das declarações de Milei, o governo britânico se manifestou através do porta-voz do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. "Não vi os comentários mais recentes sobre isso. Acho que (Milei) levantou vários pontos diferentes sobre isso durante a campanha", respondeu. "Da nossa parte, é obviamente uma questão que está resolvida há algum tempo. Não há planos para rever isso. A posição das Ilhas Malvinas está resolvida há algum tempo e não vai mudar", acrescentou o integrante do governo do Reino Unido. 

Logo depois da vitória de Milei no pleito, o Reino Unido felicitou o político. "Transmitimos as nossas felicitações" ao presidente eleito pela sua vitória, disse o porta-voz no seu discurso à imprensa. "Como membros do G20 e com uma parceria comercial próspera, esperamos desenvolver uma relação forte e produtiva", completou.  

O primeiro contato de Milei com algum dirigente britânico ocorreu nessa quarta-feira, quando o líder ultradireitista argentino conversou com o recém-nomeado chanceler do Reino Unido, David Cameron. O comunicado sobre a conversa de ambos não traz detalhes sobre o conteúdo do diálogo. 

No decorrer de sua campanha eleitoral, Milei apontou os Estados Unidos e Israel como aliados prioritários de seu futuro governo.

As Malvinas 

O arquipélago do Atlântico Sul, localizado a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13 mil quilômetros do Reino Unido, foi palco de uma guerra de 74 dias em 1982, que deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos. 

O território foi ocupado inicialmente por marinheiros do Reino Unido, ainda no século 17. A Argentina passou a reivindicar a soberania das ilhas em 1830, depois de conquistar a independência da Espanha. 

A partir do fim da 2ª Guerra Mundial, o país sul-americano ganhou força na reivindicação por conta do processo de descolonização instaurado pela Assembleia Geral da ONU. Já em 1965, a instituição reconheceu a disputa pelo arquipélago e a necessidade de uma negociação entre Argentina e Reino Unido. 

Em 2013, em um referendo realizado no território de apenas 2 mil habitantes, 99,8% dos eleitores votaram pela permanência sob controle britânico. A Argentina defende que as ilhas, herdadas da coroa espanhola após a sua independência, foram ocupadas pelas tropas britânicas em 1833.

 


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