Manifestantes são impedidos de cruzar ponte para Buenos Aires em manifestação contra Milei

Manifestantes são impedidos de cruzar ponte para Buenos Aires em manifestação contra Milei

Protestos questionam decreto presidencial

Correio do Povo

Manifestantes são impedidos de cruzar ponte para Buenos Aires em manifestação contra Milei

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Integrantes dos movimentos sociais, que iniciaram nesta quarta-feira uma greve geral contra o governo de Javier Milei, foram barrados por policiais federais na ponte Pueyrredon, na abertura da série de manifestações que devem ocorrer na Argentina. Os manifestantes tentavam seguir para Buenos Aires, que deverá ser o principal palco do protesto.

O governo argentino criou um "protocolo contra piquetes" que irá vigorar durante todo o dia para conter de diversas formas as manifestações convocadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT).

O Ministério da Segurança, comandado por Patrícia Bullrich, entende que a confederação não está habilitada para autorizar ou restringir nenhum tipo de circulação de pessoas. A marcha prevista no centro de Buenos Aires será controlada, assim como as estações de trem e o andamento de veículos.

A CGT, de orientação peronista, rejeita, principalmente, as alterações por decreto do regime trabalhista promovidas por Milei, que limitam o direito à greve e afetam o financiamento dos sindicatos.

Organizações internacionais de cidadãos e sindicais convocaram a mobilização em favor dos manifestantes argentinos e são esperados atos em Montevidéu, Madri, Londres, Paris e Berlim, entre outras cidades.

Tentativa de conter a inflação

Essa será a primeira manifestação de alcance nacional contra o governo e suas medidas draconianas de ajuste, com as quais busca conter a inflação, que chegou a 211% em 12 meses, um recorde em 30 anos. Em dezembro, o consumo diminuiu 13,7% no mesmo período e a produção das pequenas indústrias caiu 26,9%, segundo a câmara empresarial Came.

A desvalorização da moeda em 50% e a liberação dos preços dos combustíveis, entre outras decisões de Milei, também reduziram drasticamente o poder aquisitivo dos assalariados e aposentados, e o descontentamento se refletiu nas ruas.

Ainda assim, pesquisas mostram que o presidente mantém uma imagem positiva entre 47% e 55% dos entrevistados. A greve, de 12 horas, terá início ao meio-dia, com uma passeata da sede da CGT até o Congresso. "A paralisação irá mostrar que existem duas Argentinas, uma que quer ficar atrasada, no passado, na decadência", disse o presidente.

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