Mercosul deve coibir novos casos de espionagem, diz Dilma

Mercosul deve coibir novos casos de espionagem, diz Dilma

Bloco exigirá desculpas de países europeus que proibiram sobrevoo de Evo Morales

AE e AFP

Bloco exigirá desculpas de países europeus que proibiram sobrevoo de Evo Morales

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A presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu que os países do Mercosul adotem medidas em resposta aos casos de espionagem realizada pelo governo norte-americano com relação aos estados da região. De acordo com a presidente, é preciso "coibir" novos casos como esse.

"Somos atingidos pelas denúncias de que (nossa) comunicação eletrônica está sendo espionada. A espionagem atinge nossa soberania e direitos inalienáveis da nossa população. Defendemos a preservação de nossa soberania e privacidade de nossos cidadãos e empresas. Devemos também adotar medidas pertinentes para coibir a repetição dessas situações", afirmou a presidente nesta sexta. "Saúdo a decisão de rechaço do Mercosul para questões sobre ferimento de soberania", emendou.

O Mercosul também exigirá explicações e um pedido público de desculpas aos países europeus que fecharam seu espaço aéreo ao avião presidencial que transportava Evo Morales na semana passada. A informação é do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na reunião plenária do bloco.

França, Espanha, Itália e Portugal negaram o sobrevoo de seus territórios, por suspeitas de que o avião que levava Morales transportava também o ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden. Maduro afirmou que os Estados-membros do bloco concordaram em trabalhar para garantir tanto o direito ao asilo como um direito fundamental quanto a segurança frente à espionagem informática. "Foi ratificado um comunicado doutrinal para garantir o direito ao asilo como direito fundamental", afirmou Maduro.

O presidente venezuelano também pediu para garantir a segurança informática e criticou a espionagem realizada pelas agências de inteligência americanas. Por fim, o Mercosul afirmou que tem uma tarefa imediata que é reincorporar o Paraguai, suspenso do grupo depois de um julgamento político que destituiu o presidente Fernando Lugo no ano passado. Maduro defendeu uma reincorporação do Paraguai como membro ativo do Mercosul e manifestou a vontade do bloco que superar os problemas com Assunção.

Social

A presidente Dilma defendeu ainda o papel do bloco comercial para o desenvolvimento social da região. "Nos últimos dez anos, o Mercosul teve avanços significativos nas áreas social e de cidadania. Precisamos ainda, com urgência, estabelecer mecanismos viáveis de financiamento das politicas sociais regionais", afirmou. "O Mercosul é o melhor caminho para desenvolvimento de nossos países, tanto nos momentos de expansão como de crise. Mercosul é o melhor caminho", reforçou.

Dilma afirmou ainda que o parlamento do Mercosul deve ser fortalecido. "Espero que os legislativos nacionais permitam logo a eleição direta para o parlamento do bloco", disse. Dilma está em Montevidéu, no Uruguai, onde participa da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados.


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