Merkel diz que queria resultado melhor e promete "recuperar" eleitores

Merkel diz que queria resultado melhor e promete "recuperar" eleitores

Chanceler alemã foi reeleita para um quarto mandato neste domingo

Agência Brasil

Merkel diz que queria resultado melhor e promete "recuperar" eleitores

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A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu que queria "um resultado melhor", apesar de conseguir ser reeleita para um quarto mandato nas eleições gerais realizadas neste domingo, e se comprometeu a "reconquistar" o eleitor da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). "Atingimos o objetivo estratégico", afirmou a líder conservadora, na sede da União Democrata-Cristã (CDU), destacando que nenhuma outra formação, fora a sua, poderá tentar formar uma coalizão de governo.

A aliança conservadora de Merkel impôs-se nas eleições gerais com 32,7% dos votos, 12% a mais que o Partido Social Democrata (SPD), conforme a pesquisa de boca de urna feita pela emissora pública de TV ZDF, enquanto a AfD ficou em terceiro lugar, com 13,4%.

Merkel adiantou que o seu partido fará uma "análise compreensiva" do que aconteceu e que tentará ganhar de volta os alemães que tradicionalmente votavam no seu bloco conservador e desta vez optaram pelos ultradireitistas. Segundo ela, a ideia é entender suas preocupações e seus medos, mas, principalmente, convencê-los com uma "boa política". Agora, conforme disse, a aliança buscará "conversas tranquilas" com "outros parceiros" para tentar formar uma coalizão de governo estável.

Líder da extrema direita diz que vai devolver Alemanha para os alemães

O candidato da extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alexander Gauland, afirmou que devolverá o país aos alemães. De acordo com as primeiras pesquisas de boca de urna, o AfD obteve 13,3% dos votos, entrando pela primeira vez no Bundestag, o parlamento alemão. "Esse governo que proteja, porque iremos atrás dele. Recuperaremos o nosso país e o nosso povo. Mudaremos esse país", alertou Gauland em seu primeiro pronunciamento depois do fechamento das urnas na Alemanha.

O líder da extrema direita afirmou que o partido obteve esses resultados graças ao seu idealismo e que pensa que as pessoas enfim terão de volta um lugar no Bundestag. "Somos claramente a terceira força política no Bundestag", afirmou, por sua vez, o copresidente da AfD, Jörg Meuthen.

Após a divulgação dos resultados de boca de urna, cerca de 100 pessoas se reuniram na praça de Alexanderplatz, onde a AfD celebra o sucesso nesse pleito, gritando palavras de ordem contra o partido de extrema-direita em meio a um forte esquema de segurança.

A AfD, que nasceu em 2013 como um partido contrário à União Europeia, ficou fora do parlamento nas eleições do mesmo ano. Com a crise migratória e a grande chegada de refugiados na Alemanha, a legenda transformou o discurso antieuropeu em xenofobia. Segundo a boca de urna, a União Democrata-Cristã (CDU), partido da atual chanceler, Angela Merkel, ficou com 32,9% dos votos, mais de 12 pontos percentuais à frente do líder do Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz. Tanto Merkel como Schulz, aliados no último governo, lamentaram, em seus primeiros discursos, a chegada da AfD ao parlamento.

Social-democrata reconhece derrota e diz que partido fará oposição a Merkel

O candidato do Partido Social-Democrata (SPD) nas eleições federais da Alemanha, Martin Schulz, reconheceu a derrota na votação deste domingo e afirmou que fará oposição à atual chanceler Angela Merkel, vencedora do pleito, após quatro anos de aliança com a União Democrata-Cristã (CDU). Entrevistado pela emissora pública alemã após um breve pronunciamento para os eleitores, Schulz disse ter "total apoio" da direção do SPD para continuar na liderança do partido e renová-lo.

Para os militantes do SPD, após a divulgação dos primeiros resultados de boca de urna que indicavam que o partido teve 21% dos votos, o pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial, Schulz alertou para a "fratura" representada pela entrada no Bundestag da ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD). "Falhamos no nosso objetivo", reconheceu Schulz, que avaliou que o SPD não conseguiu convencer a base eleitoral tradicional do partido. Ele também alertou sobre a "impressionante força" da AfD, um fato que "nenhum democrata pode deixar de lado".

Schulz, que também citou a queda dos votos obtidos pelo partido de Merkel no pleito, indicou que a chegada de mais de 1 milhão de refugiados na Alemanha ainda causa tensão no país. "Lutaremos veementemente e com todas as nossas forças contra a extrema direita", prometeu o ex-presidente do parlamento europeu. O SPD, segundo Schulz, independente do resultado, seguirá lutando por princípios e valores como a democracia, a tolerância, o respeito e o sentimento de comunidade.

O candidato indicou que, no último governo, o SPD conseguiu, dentro da coalizão liderada por Merkel, implantar umalário mínimo interprofissional, melhorar as aposentadorias e conter o aumento dos aluguéis no país.

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