Metade das instalações de saúde do mundo carece de higiene básica, diz ONU

Metade das instalações de saúde do mundo carece de higiene básica, diz ONU

Problema é mais grave na África subsaariana

AFP

"Limpe suas mãos" foi lançada pela OMS em 2009, durante a pandemia da influenza H1N1, que durou 16 meses e somou 493 mil casos e 18,6 mil mortes em mais de 200 países

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Metade das instalações de saúde do mundo carece de serviços básicos de higiene, o que coloca em risco de infecção quase 4 bilhões de pessoas, advertiu a ONU.

As instalações não têm água, sabão ou produto para limpar as mãos em áreas onde os pacientes recebem atendimento ou em seus banheiros, de acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Quase 3,85 bilhões de pessoas utilizam estas instalações e correm o risco de infecção, incluindo 688 milhões de pessoas que recebem atendimento em locais sem qualquer serviço de higiene, afirmam as agências das Nações Unidas no relatório do Programa de Monitoramento Conjunto. "As instalações e práticas de higiene não são negociáveis", afirmou Maria Neira, da OMS. "Sua melhoria é essencial para a recuperação da pandemia, prevenção e preparação". "A higiene nos centros de saúde não pode ser garantida sem o aumento dos investimentos em medidas básicas, que incluem água potável, banheiros limpos e a gestão adequada dos resíduos", destacou.

O dado mundial, baseado em dados de 40 países, apresenta um "retrato alarmante" do estado da higiene nos centros de saúde, segundo o relatório. O documento afirma que 68% das unidades de saúde têm instalações de higiene nos pontos de atendimento e 65% têm instalações para lavar as mãos com água e sabão nos banheiros.

Porém, apenas 51% têm ambos, enquanto 9% das instalações sanitárias do mundo não têm nenhum dos dois. "Se as pessoas responsáveis pelo atendimento de saúde não têm acesso a serviços de higiene, os pacientes não têm um centro de saúde", disse Kelly Ann Naylor, do Unicef. "Hospitais e clínicas sem água potável e serviços de higiene básica e saúde são uma potencial armadilha mortal para grávidas, recém-nascidos e crianças", alertou Naylor. "Todos os anos, quase 670 mil recém-nascidos perdem a vida por septicemia. Isto é inaceitável, ainda mais porque suas mortes são evitáveis", acrescentou.

O relatório aponta que as instalações com piores condições estão na África subsaariana, onde apenas 37% têm instalações com água e sabão nos banheiros. Nos países menos desenvolvidos, apenas 53% das instalações têm água potável no local. Quase 3% das unidades de saúde em áreas urbanas e 11% em zonas rurais de todo o mundo carecem de serviço de água. O relatório foi divulgado na Semana Mundial da Água, uma conferência anual que terminará na quinta-feira em Estocolmo.


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