Microsoft vai cortar 18 mil postos de trabalho

Microsoft vai cortar 18 mil postos de trabalho

Maior corte de funcionários feito pela companhia havia sido em 2009, com 5,8 mil demissões

AFP

Maior corte de funcionários feito pela companhia havia sido em 2009, com 5,8 mil demissões

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A Microsoft anunciou nesta quinta-feira que vai eliminar 18 mil postos de trabalho em todo o mundo no próximo ano, a maioria em consequência da integração da unidade Nokia, adquirida este ano.

Um comunicado da empresa destaca que a decisão é parte de um "plano de reestruturação para simplificar as operações e alinhar os sistemas da Nokia e os serviços de negócios à estratégia geral da empresa". O corte representa quase 14% do total de funcionários da Microsoft, que chega a 127 mil. A empresa contabilizará 1,1 bilhão de dólares para os custos das demissões.

O presidente Satya Nadella afirma em um e-mail enviado aos funcionários que as "difíceis mas necessárias" demissões são parte de um plano para que a empresa adote uma nova direção estratégica. "A primeira etapa para construir a organização apropriada para nossas ambições é realinhar nossa força de trabalho. É importante destacar que, apesar de estarmos eliminando cargos em algumas áreas, estamos somando postos em outras áreas estratégicas", completa.

A Microsoft completou a aquisição da unidade telefônica da Nokia em abril, em uma operação que fortaleceu sua posição no setor de telefonia celular, ao custo de 7,5 bilhões de dólares. Até agora, o maior corte de funcionários feito pela companhia havia sido em 2009, com 5,8 mil demissões.

Nadella, que assumiu seu posto em fevereiro, explica que o cloud (serviços de dados na nuvem ou on-line) e o setor (de tecnologia) móvel devem ser os primeiros setores a serem atingidos pelas demissões, para que a companhia possa se recuperar do atraso em relação aos concorrentes Apple e Google.

A maior parte das demissões acontecerá já nos próximos seis meses. Para Jack Gold, analista especializado no setor tecnológico, o que está havendo é "um reajuste da era (do ex-presidente da Microsoft Steve) Ballmer para a era Nadella".

"Ballmer se interessava muito pelos dispositivos, queria ser uma próxima Apple, enquanto seu sucessor busca se concentrar nos produtos e nos serviços, e não competir com os fabricantes de computadores que utilizam programas da Microsoft.

Mudança de cultura

A divisão exata dos cortes não foi detalhada. Mas a produção de telefones será reorganizada e concentrada em Hanói, no Vietnã, com uma pequena parte em Pequim e Dongguan, na China. A fábrica de Komaron, na Hungria, será fechada, explicou por e-mail Stephen Elop, ex-presidente da Nokia e agora encarregado das atividades de hardware da Microsoft.

A concepção dos aparelhos ficará em Salo e Tampere, na Finlândia, com reduções nos quadros de funcionários em outra fábrica desse país, assim como em Pequim e em San Diego, nos EUA.

A Microsoft também vai pôr um ponto final na linha Nokia X, smartphones para consumidores recentes que utilizam o sistema operacional Android, do Google. A companhia se concentrará em uma estratégia para a "formação de um mercado para Windows Phone", plataforma móvel da Microsoft, explicou Elop.

O restante das demissões corresponderá a uma "simplificação" da organização do grupo, segundo Nadella, que espera ter "menos níveis hierárquicos (...) para acelerar os fluxos de informação e as tomadas de decisão". Na Bolsa de Nova York, as ações da Microsoft subiam pouco mais de 2% no início da tarde.


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