Milhares de independentistas pedem referendo em Taiwan
Protestos refletem endurecimento na postura da China sobre ilha
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Os protestos coincidem com o endurecimento da postura da China diante de Taiwan, cuja presidente, Tsai Ing-wen, recebe pressões das duas partes: de um lado de Pequim e do outro dos ativistas pró-independência. Os organizadores afirmaram que 100 mil pessoas participaram na manifestação. A polícia não divulgou nenhuma estimativa até o momento. Os manifestantes se concentraram diante da sede do Partido Democrático Progressista (PDP), que governa o território, com bandeiras e cartazes para pedir um referendo de independência.
Também gritaram frases como "Queremos um referendo" e "Não à anexação". A manifestação foi convocada pela coalizão política Aliança Formosa, apoiada pelos ex-presidentes Lee Teng-hui e Chen Shui-bian. Desde 1949 a China continental e Taiwan são governados por regimes rivais, após a guerra civil entre os comunistas de Pequim e os nacionalistas do Kuomintang (KMT), que se refugiaram em Taipé.
Pequim considera que Taiwan é parte de seu território e que, mais cedo ou mais tarde, que reunificar-se com a China continental, enquanto Taiwan se considera um Estado soberano, embora nunca tenha declarado sua independência. A China já advertiu que usaria a força caso Taiwan tentasse um divórcio oficial. "Queremos dizer a China que pare de intimidar Taiwan", afirmou a líder da Aliança Formosa, Kuo Pei-horng, de 63 anos. "O povo de Taiwan quer ser dono de seu próprio destino", completou.
O ativista e legislador Huang Kuo-chang pediu uma nova Constituição. "Os políticos taiwaneses deveriam permitir ao povo de Taiwan a construção de um país normal com a celebração de um referendo", disse. Pequim organiza uma ampla ofensiva para apagar Taiwan do cenário internacional, com o objetivo de impedir que participe em fóruns internacionais e coagindo seus cada vez menos numerosos aliados diplomáticos. A China também conseguiu, com sucesso, pressionar as grandes multinacionais para que incluam Taiwan como parte da China em seus sites oficiais.
Uma consulta sobre a independência exigiria uma emenda às leis atuais, que proíbem referendos sobre uma mudança da Constituição ou sobre a soberania territorial. A Aliança Formosa deseja que o atual governo, que tem maioria no Parlamento, modifique as leis para possibilitar a consulta. Mas analistas concordam que é improvável que a presidente Tsai aceita uma emenda semelhante, o que significaria ultrapassar uma linha vermelha para Pequim.