Milhares protestam em funeral de manifestantes anti-governo do Bahrein

Milhares protestam em funeral de manifestantes anti-governo do Bahrein

Cerca de 2 mil pessoas se reúnem em praça da capital Manama para pedir mudança no regime

AFP

Cerca de 2 mil pessoas se reúnem em praça da capital Manama para pedir mudança no regime

publicidade

Milhares de pessoas participaram nesta quarta-feira dos funerais de um manifestante morto na véspera pelas forças de segurança do Bahrein. Cerca de 2 mil manifestantes acamparam em uma praça do centro da capital, Manama, para reclamar reformas e a demissão do primeiro-ministro.

Depois que, na terça-feira, o rei, xeque Hamad ben Issa Al Khalifa, criticou a morte de manifestantes, o ministro do Interior, xeque Rashed bin Abdullah al-Khalifa, pediu desculpas pela morte de dois manifestantes na véspera e anunciou a detenção dos supostos assassinos.

Em um discurso exibido na televisão, o ministro manifestou "profundo pesar" pelas mortes durante a dispersão de protestos antigovernamentais. "Apresentamos nossas desculpas à nação, aos cidadãos e às famílias dos dois mortos, e compreendemos sua dor", completou o ministro. "Os responsáveis pela morte dos dois manifestantes foram detidos e iniciamos uma investigação para determinar as circunstâncias."

O xeque Ali Salman, líder da oposição xiita, não se deu por satisfeito com esses gestos e reclamou uma "monarquia constitucional", com um primeiro-ministro "eleito pelo povo". "Reclamamos um Estado democrático, uma monarquia constitucional na qual o governo seja eleito pelo povo", declarou o chefe da Associação do Acordo Nacional Islâmico (Al Wefaq), que ocupa 18 das 40 cadeiras da Câmara barenita.

As revoltas da Tunísia e Egito, que provocaram a queda dos respectivos presidentes, estimularam milhares de manifestantes a protestar na terça-feira no centro de Manama. "O povo quer derrubar o regime", cantavam os manifestantes, retomando as palavras de ordem que desde o início do ano derrubaram os regimes autoritários da Tunísia e do Egito. Em função das mortes registradas por causa das manifestações de segunda, Al Wefaq suspendeu sua participação no Parlamento do reino de maioria xiita.

Fadel Salman Matrouk foi morto esta terça-feira em frente a um hospital, onde amigos e parentes estavam reunidos para o funeral de Msheymah Ali, falecido em decorrência dos ferimentos depois que a polícia dispersou, na segunda-feira, um protesto em uma cidade ao leste de Manama.


Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895