Militares detêm presidente durante golpe de Estado em Níger

Militares detêm presidente durante golpe de Estado em Níger

Mamadou Tandja estava no poder desde 1999

AFP

publicidade

O presidente do Níger, Mamadou Tandja, está detido em um quartel e vários soldados foram mortos nesta quinta-feira, em Niamei, durante um golpe de Estado, segundo testemunhas e uma fonte hospitalar. Um "Conselho supremo para a restauração da democracia" anunciou na rádio estatal do Níger a suspensão da Constituição, depois de um golpe de Estado nesta quinta-feira em Niamei, capital do país.

"O Conselho supremo para a restauração da democracia (CSDR), do qual sou porta-voz, decidiu suspender a Constituição da sexta República e dissolver todas as instituições resultantes dela", anunciou o coronel Goukoye Abdoulakarim. Ele leu um comunicado na rádio Voz do Sahel.

O Níger, país produtor de urânio, é uma das nações mais pobres do mundo e desde 1999 é dirigido pelo presidente Mamadou Tandja, que deveria ter deixado o cargo em 2009, mas promoveu uma emenda constitucional para poder ficar, desatando uma crise política.

Vários ministros estariam detidos no prédio do Conselho Superior de Comunicação, que fica próximo ao palácio presidencial.

Testemunhas contaram que três ou quatro soldados foram mortos por um obus e seus corpos estavam num blindado destruído, estacionado na tarde desta quinta-feira diante do hospital de Niamei.

Uma fonte hospitalar declarou por sua vez ter visto "pelo menos dez militares feridos", no setor de urgência.

Segundo um diplomata francês, que preferiu não se identificar, a guarda presidencial participou do Golpe. "Sabíamos que uma parte do exército desaprovava Tandja e seu golpe de força constitucional; pensávamos, até agora, que esta parte era minoria", acrescentou.

Depois de dez anos no poder, Tandja dissolveu no ano passado o parlamento e o Tribunal Constitucional e conseguiu uma polêmica prorrogação de seu mandato por mais três anos.

A oposição, que boicotou esta consulta e as eleições legislativas de outubro, denunciou um golpe de Estado. E a comunidade internacional chegou a censurar a forma de agir do Presidente.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895