Militares venezuelanos bloqueiam ponte fronteiriça com a Colômbia
Maduro nega ajuda internacional e teme intervenção militar pelos EUA
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Franklyn Duarte, deputado no estado fronteiriço venezuelano de Táchira, disse à AFP que "efetivos das Forças Armadas bloquearam a passagem" durante a tarde. A ajuda humanitária foi administrada por Juan Guaidó, chefe do Parlamento reconhecido por cerca de 40 países como presidente interino depois de ter se autoproclamado em 23 de janeiro. A oposição foi empossada depois que Nicolas Maduro foi declarado como um "usurpador" da presidência.
Maduro nega a possibilidade de aceitar ajuda internacional, considerando-a uma "desculpa" para iniciar uma intervenção militar encabeçada pelos Estados Unidos. Segundo Duarte, a passagem na ponte foi bloqueada depois que um incidente confuso ocorreu em Ureña quando os soldados chegaram em veículos blindados para vigiar a fronteira. Três pessoas ficaram feridas, diz o legislador, depois que um tanque atingiu alguns motociclistas. "Eles podem colocar uma parede e não impedirão a entrada da ajuda", disse o deputado.
A ponte ainda não foi inaugurada. Ela seria lançada em 2016, mas o fechamento temporário da fronteira comum de 2.200 quilômetros - ordenada pelo governo de Maduro no final de 2015 e suspensa meses depois - atrasou sua abertura. No entanto, segundo a imprensa, seria uma das rotas para a entrada de remessas de alimentos e remédios do exterior, embora Duarte assegure que isso ainda "não havia sido definido".
A oposição venezuelana pede às Forças Armadas que autorizem a passagem da ajuda humanitária, que segundo Guaidó está reunida na Colômbia, no Brasil e em uma ilha caribenha cujo nome não foi revelado. Os Estados Unidos já anunciaram uma primeira remessa.