Ministros da UE insistem que sanções contra a Rússia funcionam

Ministros da UE insistem que sanções contra a Rússia funcionam

Bloco afirma que continuará com medidas contra o país governado por Vladimir Putin

AFP

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Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) insistiram nesta segunda-feira que as sanções contra a Rússia pela invasão na Ucrânia estão funcionando, apesar da ameaça sobre o fornecimento de energia para o bloco dos 27.

Na semana passada, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, criticou essa política e afirmou que Bruxelas prejudica mais a economia dos países europeus do que Moscou. Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, rejeitou esta afirmação. "Alguns líderes declararam que as sanções eram um erro, um equívoco, eu não acho que sejam um erro, é o que temos que fazer e vamos continuar", afirmou Borrell.

Ao chegar em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, rejeitou a ideia de levantar as sanções. "Isso seria fatal. Nossa credibilidade está em jogo", indicou. "Em tempos normais, teríamos usado a diplomacia, a ONU, teríamos tentado consertar isso. Mas não estamos em tempos normais", disse. "Estamos em uma época em que as leis da selva imperam", acrescentou Asselborn. Borrell afirmou que as sanções "funcionam".

"Estão atingindo fortemente Vladimir Putin e seus cúmplices e seus efeitos sobre a economia russa estão aumentando", declarou ele em uma publicação neste fim de semana. Os líderes europeus estão preocupados que a opinião pública rejeite as sanções em um momento em que o aumento do preço do combustível, gás e eletricidade na Europa atingem duramente as famílias.

Dúvidas sobre a "boa fé" da Rússia

A guerra lançada pelo Kremlin na Ucrânia teve uma repercussão sobre os cidadãos, que enfrentam preços "muito altos das commodities e da energia", reconheceu a nova ministra belga das Relações Exteriores, Hadja Lahbib. Moscou bloqueia os portos ucranianos e começou a reduzir suas entregas de gás aos países da UE, dos quais alguns, como Alemanha e Itália, são muito dependentes.

"A Rússia tenta nos desmoralizar", afirmou Anna Lührmann, ministra alemã dos Assuntos Europeus. Além disso, a Rússia mantém um bloqueio das exportações de cerca de 20 milhões de toneladas de grãos da Ucrânia e também "queima os cultivos" do país, lamentou Asselborn.

A Turquia e a ONU negociam um acordo entre os dois países beligerantes e nesta semana está programada uma reunião em Istambul. Borrell afirmou nesta segunda-feira que a retomada das exportações de grãos da Ucrânia é uma "questão de vida ou morte".


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