Monsanto é condenada a pagar US$ 290 milhões por herbicida cancerígeno
Agricultor com câncer incurável abriu espaço para mais ações contra a companhia
publicidade
A Monsanto afirmou que vai recorrer da decisão. "Sentimos empatia com o senhor Johnson e sua família, mas defenderemos vigorosamente este produto com 40 anos de história e que continua sendo vital, efetivo e seguro para agricultores e outros", declarou porta-voz. "O juri entendeu tudo errado", disse aos jornalistas o vice-presidente, Scott Partridge.
Após oito semanas nos tribunais, o júri ordenou à companhia pagar 250 milhões em danos punitivos com danos compensatórios e outros custos, levando o total a quase 290 milhões de dólares.
Johnson, de 46 anos, sofre de um linfoma não Hodgkin incurável, que ele atribui ao fato de ter utilizado repetidamente RoundUp e RangerPro durante seu trabalho em uma escola entre 2012 e 2014. É a primeira vez que a Monsanto, adquirida pela alemã Bayer, se encontra no banco dos réus pelos potenciais efeitos cancerígenos destes produtos que contêm glifosato, uma substância controversa.
O advogado Brent Wisner, que defendeu Johnson, declarou que o resultado é uma "esmagadora evidência" de que o produto é perigoso. "Quando se está certo é mais fácil ganhar". Wisner avaliou que esta será a "ponta de lança" de outras ações.
Especialistas coincidem em que o veredito pode abrir a porta para centenas de novos processos. Robert F. Kennedy Jr. - advogado ambientalista, filho do finado senador dos EUA e membro da equipe legal de Johnson - também "acredita que o veredicto desencadeará uma enxurrada de novos casos". "O juri enviou uma mensagem à direção da Monsanto para que mude a forma como faz negócios".