Moreno admite que Equador não estava preparado para epidemia de coronavírus
Com 7.858 casos e 388 mortos confirmados (mais de mil óbitos suspeitos), país é um dos mais afetados da América Latina
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O presidente do Equador, Lenín Moreno, admitiu nessa quarta-feira que não estava preparado para enfrentar a epidemia do novo coronavírus, que já matou centenas de pessoas e provocou o caos em Guayaquil, o centro financeiro do país. "Li e escutei vários comentários que assinalam que não estávamos preparados. Claro que não estávamos preparados. Ninguém estava", disse em rede nacional de rádio e TV. "Nenhum governo, de qualquer país, estava preparado", declarou o presidente.
O chefe de Estado destacou que a epidemia pegou seus de cofres vazios diante das dificuldades econômicas que atravessa – o Equador, com 7.858 casos e 388 mortos confirmados (mais de mil óbitos suspeitos) é um dos mais afetados da América Latina pela epidemia, que atinge especialmente a província de Guayas (sudoeste), cuja capital é Guayaquil. Essa cidade tem registrado inúmeros casos de corpos sem remoção em residências e até nas ruas, com os hospitais lotados e a população clamando por ajuda.
Moreno criou uma força conjunta de policiais e militares para enfrentar o colapso do sistema funerário em Guayaquil, onde há "1.424 falecidos nos hospitais e em residências". As funerárias deixaram de trabalhar devido às restrições de mobilidade pelo toque de recolher e diante do temor de contaminação de seus funcionários.
Jorge Wated, que comanda a força conjunta, informou que na terça-feira foram retirados cerca de 800 corpos de residências e outros 600 de hospitais. A situação levou o vice-presidente, Otto Sonnenholzner, a pedir desculpas pela "forte deterioração" da imagem internacional do país.