Motorista da AFP está entre mortos em atentado de Cabul
Ataque reivindicado pelo Estado Islâmico foi dirigido ao presidente do Afeganistão, que chegava no aeroporto
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No domigo, passava pelo aeroporto de Cabul a caminho do trabalho. O mesmo aeroporto onde acabara de desembarcar o general e chefe de guerra Abdul Rachid Dostum, também vice-presidente do Afeganistão, que retornou ao país depois de um ano de exílio na Turquia. No caminho, cruzou com um suicida do grupo Estado Islâmico (EI). O ataque era dirigido contra Dostum, mas, como seu veículo já havia passado, as vítimas foram seus partidários, pessoas que passavam por ali e membros de suas forças de segurança (nove deles morreram).
Akhtar é o segundo colaborador da AFP a morrer em um ataque este ano. Em 30 de abril, o chefe de fotografia do escritório de Cabul, Shah Marai, de 41 anos, também morreu em um ataque suicida do EI. Os dois eram primos. Shah Marai cobria um ataque contra a sede dos serviços de informação afegãos quando um segundo suicida se explodiu entre os jornalistas, causando nove mortes.
Onze órfãos
Em março de 2014, o jornalista Sardar Ahmad, outro pilar do escritório da AFP em Cabul e um dos melhores amigos de Shah Marai, morreu junto com sua esposa e dois de seus três filhos em um hotel em Cabul, onde tinham ido jantar. O Talibã reivindicou o ataque ao edifício que, em teoria, estava protegido. Os três profissionais deixaram ao todo onze órfãos. Akhtar perdeu no ano passado uma filha de dois anos. Apesar disso, continuou mostrando como sempre seu bom coração.
Segundo a Missão de Assistência das Nações Unidas para o Afeganistão (Manua), o Afeganistão quebrou um novo recorde de civis mortos, com cerca de 1.700 mortos no primeiro semestre de 2018. Mais da metade morreu em ataques atribuídos ao EI.