Mourão diz que sanções ao Irã são piores do que as aplicadas à Rússia

Mourão diz que sanções ao Irã são piores do que as aplicadas à Rússia

Vice-presidente defendeu, nesta quinta-feira, a autonomia do Brasil em relação a produção de fertilizantes

R7

publicidade

O vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou, nesta quinta-feira, que as sanções aplicadas ao Irã por ter programa nuclear "são bem piores" do que as penalidades direcionadas à Rússia, alvo das medidas após invadir com tropas militares à Ucrânia.

"Olha, você vê o seguinte: as sanções que foram aplicadas na Rússia, até agora, não são piores que as que foram aplicadas no Irã. As do Irã são bem piores. O Irã tem embargo de navio, uma porção de coisas, além das que foram aplicadas na Rússia, que são sanções financeiras", disse Mourão.

"A gente fala sobre guerra, mas essa guerra está com poucas informações. Não está sendo acompanhada em tempo real, são muitas desinformações, né? Aparece uma imagem aqui, outra acolá. O que a gente entende que é uma dificuldade dos russos em tentar atingir os objetivos limitados que traçaram. O povo ucraniano está resistindo, então temos que aguardar aí", completa.

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro criticou Mourão por declarações relacionadas à invasão. No último dia 24, o vice-presidente afirmou que o país não é neutro e condenou o ataque russo à Ucrânia. Questionado por jornalistas se conversou com o presidente sobre o episódio, disse que “é um assunto que diz respeito a only us (apenas nós dois, em inglês)".

Fertilizantes

Os impactos no Brasil em decorrência da invasão russa à Ucrânia são diversos incluem alta do petróleo e a possível escassez de fertilizantes. De acordo com Mourão, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) destacou que o Brasil tem autonomia com produtos de fertilizantes até o mês de outubro — a Rússia é o principal fornecedor de adubos à base de potássio.

"Mais uma vez fica claro que nós temos que buscar explorar os fertilizantes aqui no Brasil, obviamente dentro dos limites da nossa legislação ambiental, sem jamais faltar com ela. Mas nós temos aqui. Então, tem que vencer algumas barreiras e entender que não podemos ficar eternamente dependendo de fornecedores externos, que de uma hora para outra podem ter uma instabilidade", disse o vice-presidente.

A ministra da Agricultura viajará ao Canadá para tratar da importação de potássio, que é utilizado como fertilizante agrícola. A viagem está prevista para o dia 12 deste mês. Segundo Tereza Cristina, ainda é cedo para falar em escassez de fertilizantes e o cenário dependerá da duração da guerra na Ucrânia.

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895