Mulher aceita depor sobre suposta agressão sexual de indicado de Trump à Suprema Corte

Mulher aceita depor sobre suposta agressão sexual de indicado de Trump à Suprema Corte

Christine Blasey Ford negociou termos com senadores sobre denúncia contra Brett Kavanaugh

AFP

Christine Blasey Ford negociou termos com senadores sobre denúncia contra Brett Kavanaugh

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Christine Blasey Ford, mulher que acusa de agressão sexual o juiz Brett Kavanaugh, indicado de Donald Trump à Suprema Corte, aceitou neste sábado testemunhar perante o Senado na próxima semana, encerrando assim o suspense sobre o caso. Ela "aceita o pedido de revelar em primeira mão sua experiência do comportamento sexual inapropriado de Brett Kavanaugh na próxiam semana", indicaram os advogados em um texto aos senadores.

A Comissão de Justiça e seu presidente, o republicano Chuck Grassley, desejam ouvir o seu testemunho, bem como o de Kavanaugh, acusado pela professora universitária de 51 anos de assediá-la durante uma noite de bebedeira na década de 1980 em um subúrbio de Washington. O magistrado nega a acusação e também concordou em testemunhar.

De acordo com o New York Times, os assessores do senador Grassley enviaram um email aos advogados da docente, afirmando que eles deveriam informar, imperativamente até 14h30min se sua cliente aceitava as condições para o testemunho. Na sexta-feira, Grassley enviou outro ultimato a Blasey Ford e a ameaçou afirmando que marcaria uma reunião na segunda-feira, dia 24, para confirmar a nomeação do juiz, sem ouvir sua denúncia.

Christine Ford Blasey não quer depor antes de quinta-feira e pretende chamar uma testemunha que estava presente no dia da suposta agressão, que teria ocorrido quando ela tinha 15 anos e Brett Kavanaugh 17. Na sexta-feira, ao expirar o prazo anterior, os advogados de Blasey Ford chamaram de "arbitrária" a exigência dos republicanos em uma mensagem transmitida pela CNN.

Finalmente, pouco antes da meia-noite de sexta-feira, Grassley deu um passo atrás, e em um tuite ao magistrado disse: "Juiz Kavanaugh: acabo de conceder um novo prazo a Ford. Quero ouví-la. Espero que compreenda".

Se Kavanaugh for confirmado para este cargo vitalício, os juízes progressistas estarão em minoria por um longo tempo na Suprema Corte, que tem jurisdição sobre numerosas questões que dividem a sociedade, tais como o direito ao aborto. Os republicanos querem que a votação aconteça antes das eleições de meio de mandato, em novembro, nas quais podem perder o controle do Congresso.

O presidente Donald Trump reiterou, na sexta-feira, o apoio a seu candidato e pôs em xeque o testemunho da acadêmica Christine Blasey Ford. "Não tenho dúvida de que, se o ataque contra a doutora Ford foi tão terrível como ela conta, então teria apresentado imediatamente acusações às autoridades locais encarregadas do cumprimento da lei", tuitou.

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