Número de mortos por incêndio em abrigo sobe para 31 na Guatemala
Fogo pode ter sido provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais no local
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O incêndio pode ter sido provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de humilhação, segundo uma das hipóteses levantada pela Procuradoria dos Direitos Humanos. Das 31 falecidas, 19 morreram queimadas no incêndio, e as demais em centros assistenciais, segundo as autoridades.
Como sinal de repúdio pelo fato e para denunciar uma suposta negligência das autoridades, nesta quinta-feira um grupo de ativistas de direitos humanos jogou carvão e colocou bonecas em frente à Casa Presidencial. "Como não puderam perceber para poder salvá-las a tempo se a fumaça é vista rapidamente", disse, no necrotério da cidade de Guatemala, o tio de uma menor de 15 anos falecida e identificada com testes de DNA e originária do departamento oriental de Jutiapa, fronteiriço com El Salvador.
Segundo versões preliminares, na noite de terça-feira, horas antes do incêndio de quarta, um grupo de jovens tentou fugir após denúncias de abusos e maus-tratos, e ao menos 19 conseguiram escapar. O abrigo - administrado pela Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência - é alvo há tempos de um escândalo por denúncias de abusos sexuais contra os internos.
O local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatados das ruas, entre outros motivos. O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.