Na ONU, presidente de Cuba denuncia nova corrida armamentista mundial
Discurso tinha como alvo o presidente dos Estados Unidos Donald Trump
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"Causam preocupação os recentes anúncios de aumento das despesas militares, que lançarão o mundo em uma nova corrida armamentista em detrimento dos recursos necessários para construir um mundo de paz. Não pode haver desenvolvimento sem paz e estabilidade, nem paz e estabilidade sem desenvolvimento", afirmou o presidente cubano. "A prioridade deve ser combater a fome crônica, a insalubridade, o analfabetismo, os altos índices de mortalidade infantil e as mortes por doenças preveníveis", continuou Díaz-Canel.
O discurso tinha como alvo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente defendeu o aumento dos gastos militares de seu governo. "Os deslocados e os famintos fogem das guerras para os países da abundância graças ao saque sofrido por nossos povos. Eles são vítimas de uma segregação silenciosa e silenciada. Falta muito para que tornemos os sonhos de Mandela em realidade", afirmou.
Díaz-Canel citou os laços que unem Cuba e a África, especialmente o apoio do país à luta contra o apartheid, quando Mandela e outros foram considerados como terroristas pelo governo da África do Sul. "Cuba se honra em lembrar que compartilhou das lutas de Mandela com os irmãos de Angola e Namíbia", disse Díaz-Canel. Além disso, o presidente cubano ressaltou que Fidel Castro definiu Mandela como "um homem absolutamente íntegro, firme, valente, heroico, sereno, inteligente e capaz".
Esta é a sexta vez que um presidente cubano discursa na Assembleia Geral da ONU desde a revolução de 1969. Fidel foi o primeiro a falar em uma sessão do maior fórum das Nações Unidas em 1960, ato que se repetiu em 1979, 1995 e 2000. Já Raúl Castro, que comandou o país de 2008 até 2018, foi à ONU apenas em 2015, pouco depois do anúncio da reaproximação diplomática entre Cuba e EUA.