Naufrágio deixa mais de 70 mortos em feriado curdo no Iraque

Naufrágio deixa mais de 70 mortos em feriado curdo no Iraque

Balsa transportava famílias e crianças pelo rio Tigre

AFP

Operações de busca continuam pelas margens do rio

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Pelo menos 71 pessoas morreram nesta quinta-feira em um naufrágio de uma balsa no rio Tigre, em Mossul, no acidente mais letal no Iraque em anos, ocorrido em plena celebração da festa de Norouz, o ano novo curdo. Este acidente gerou comoção na cidade, que tinha retomado há pouco tempo as comemorações das festas como o Norouz e outras saídas familiares pelas margens do rio, após passar três anos sob controle dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Segundo o general Saad Maan, porta-voz do Ministério do Interior, entre as vítimas havia 19 crianças. Um balanço anterior do Ministério da Saúde registrou pelo menos 33 mulheres entre os mortos. Até agora, foram resgatados 55 sobreviventes, acrescentou o general Maan.

A embarcação transportava famílias e crianças que se dirigiam para um complexo turístico de Mossul, disse um funcionário que pediu anonimato. "O barco naufragou porque tinha muitos passageiros a bordo, mais de 100", disse uma autoridade dos serviços de segurança em Mossul. O grupo atravessava o rio rumo aos parques onde as famílias fazem o tradicional piquenique pela festa de Norouz.

Após as chuvas significativas dos últimos dias, as autoridades abriram comportas para aliviar a pressão do nível do grande reservatório de Mossul e tinham alertado o público de que as margens do Tigre estavam mais perigosas com um nível de água mais elevado.

Catástrofe

"É uma catástrofe. Ninguém esperava isso", disse um joven que acabava de sair da água após conseguir chegar à margem. "Tinha tanta gente no barco, sobretudo mulheres e crianças", afirmou.

Nesta quinta, em vários vídeos publicados nas redes sociais, a corrente parecia forte e o nível da água mais elevado que normalmente. Essas imagens mostravam dezenas de pessoas flutuando ou tentando flutuar em torno de um navio afundado em parte nas águas.

As operações de busca continuam ao longo de centenas de metros na margem do rio. Na margem, centenas de pessoas se reuniram após a interrupção do dia de festa nesta área turística arborizada de Mossul, muito popular nos primeiros dias da primavera (boreal).

Ambulâncias e viaturas policiais entraram e saíram levando corpos e feridos para os hospitais da cidade, que tem cerca de 2 milhões de habitantes. No necrotério, fotos das vítimas foram vistas nas paredes do local, principalmente mulheres e crianças, para que possam ser identificadas por famílias que não podem entrar por causa das multidões reunidas no local.

Em Bagdá, o primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi anunciou o alerta dos serviços de saúde e a mobilização de todas as equipes disponíveis em Mossul para a busca. Além disso, pediu "uma investigação e um relatório em 24 horas para determinar as responsabilidades".


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