Netanyahu afirma ter provas de programa nuclear secreto do Irã
Ministro das relações exteriores iraniano respondeu que dados de Israel são "pseudo revelações"
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O Irã sempre negou ter intenções de obter uma arma nuclear e reiterou que seu programa atômico tem fins civis. Netanyahu fez a sua denúncia 48 horas após uma conversa por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que criticou esse acordo. Ele disse que Israel obteve milhares de arquivos "há algumas semanas em uma grande façanha da Inteligência".
"Esta noite vamos revelar uma prova nova e conclusiva do programa secreto de armas nucleares que o Irã tem escondido durante anos da comunidade internacional em seu arquivo atômico secreto", afirmou Netanyahu. "Vamos mostrar os arquivos nucleares secretos do Irã", continuou.
Esses documentos, em papel e em CD, serviram de apoio para a declaração de Netanyahu, que sustentou que constituem "evidências novas e conclusivas". Segundo o premier, os documentos mostram que, apesar dos dirigentes iranianos negarem qualquer tentativa de obter armas nucleares, o "Irã mentiu".
A declaração de Netanyahu é feita quando se aproxima o dia 12 de maio, fixado por Trump para decidir se continua ou deixa o acordo nuclear iraniano. Nesta segunda-feira, o presidente americano voltou a denunciar o "terrível" pacto nuclear, negociado por seu antecessor, Barack Obama. "Em sete anos este acordo terá expirado e o Irã poderá desenvolver armas nucleares", lançou o presidente republicano durante uma entrevista coletiva conjunta com seu homólogo nigeriano, Muhammadu Buhari. "Não é aceitável. Sete anos e amanhã é a mesma coisa", insistiu.
O Irã não demorou a reagir e tachou as declarações de Netanyahu de "pseudo revelações". O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, disse que o presidente Trump "está recorrendo a velhas alegações já tratadas pela IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica)" no acordo de 2015.
"Que conveniente. 'Timing' coordenado de supostas revelações de Inteligência por parte do menino que dá um alarme falso dias antes do 12 de maio", escreveu o chanceler no Twitter, em alusão a Netanyahu e à data limite proposta pelo presidente americano.