Netanyahu e seus aliados conquistam maioria em legislativas em Israel

Netanyahu e seus aliados conquistam maioria em legislativas em Israel

Bloco de direita conquistou 64 assentos de 120 no Parlamento

AFP

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O ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seus aliados religiosos e de extrema-direita conquistaram a maioria dos assentos nas eleições legislativas da última terça-feira (1º), anunciou a Comissão Eleitoral nesta quinta-feira (3). O bloco de direita conquistou 64 assentos de 120 no Parlamento, divididos entre o Likud de Netanyahu (32 assentos), partidos ultra-ortodoxos (18) e uma aliança de forças de extrema-direita (14).

O bloco centrista do ex-primeiro-ministro Yair Lapid conquistou 51 assentos.

"O primeiro-ministro Lapid parabenizou Netanyahu por sua vitória eleitoral e informou ao chefe da oposição que deu instruções para preparar uma transição ordenada", declarou o gabinete de Lapid em comunicado. Este resultado, segundo analistas, pode resultar no governo mais à direita da história de Israel.

A divulgação dos resultados se deu num dia em que quatro palestinos morreram pelas forças israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém, entre eles o autor de um ataque e um combatente, em um contexto de surtos de violência. "É hora de trazer a segurança de volta às ruas, restaurar a ordem, mostrar quem está no comando, é hora de matar um terrorista que realiza um ataque", disse o líder de extrema-direita Itamar Ben Gvir. O governo Lapid "está chegando ao fim", acrescentou.

Negociações

Lapid conseguiu estabelecer no ano passado uma coalizão diversa para afastar Netanyahu, o primeiro-ministro que passou mais anos à frente do governo do país (1996-1999 e 2009-2021). 

Netanyahu se aferrou à vida política e não se afastou da liderança do partido, como esperavam os críticos. Ele teve um papel crucial de líder da oposição, com o objetivo de retornar ao poder e possibilidade de apresentar ao Parlamento a proposta para aprovar uma imunidade e anular o processo por corrupção previsto para ser retomado na segunda-feira. 

Após a divulgação dos resultados definitivos, o presidente de Israel, Isaac Herzog, que tem um papel principalmente simbólico, deve solicitar ao líder político que tem mais possibilidades para formar um governo. 

Então começa um período de 42 dias para a formação de um governo. 

Mas, de acordo com a imprensa israelense, o grupo de Netanyahu não esperou o pedido formal e o ex-premiê designou Yariv Levin, um de seus principais aliados, para iniciar as negociações que prometem ser complexas, especialmente com o partido Sionismo Religioso. 

O líder desta formação, Bezalel Smotrich, já afirmou que deseja os ministérios da Defesa e da Segurança Pública, duas pastas cruciais do governo no momento em que a violência entre israelenses e palestinos registra o pior momento em sete anos. 

As nomeações para os postos chaves podem ser "embaraçosas no cenário internacional", disse o analista palestino Khaldoun Barghouti.

O Departamento de Estado americano afirmou que não pretende "especular" sobre um governo, mas destacou que espera que "todas as autoridades israelenses continuem compartilhando os valores de uma sociedade aberta, democrática e tolerante com respeito à sociedade civil, em particular aos grupos minoritários". 


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